A defesa da democracia, a retomada do diálogo pleno entre os Poderes e a necessidade de distensionar o clima de instabilidade institucional, ocasionado pelos arroubos golpistas de Bolsonaro, foram temas em debate na reunião da quinta-feira (2/9) entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e governadores.
A pedido dos governadores, Rodrigo Pacheco promoveu uma reunião na residência oficial da Presidência do Senado, no Lago Sul, em Brasília, que também serviu para a discussão de outros temas como vacinação, medidas para a retomada da economia, além de ações para a redução do preço de alimentos, energia e combustíveis.
Participaram do encontro os governadores Ibaneis Rocha (Distrito Federal/MDB), Helder Barbalho (Pará/MDB) e Wellington Dias (Piauí/PT), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul/PSDB), Renato Casagrande (Espírito Santo/PSB) e Romeu Zema (Minas Gerais/PSC).
O presidente do Senado frisou que a democracia é “inegociável” e deve ser considerada um “ativo” do país.
“Não se negocia a democracia. O Estado de direto é inegociável. A preservação do Estado de direito, da democracia deve ser sempre considerada como um ativo nacional para termos uma evolução do país e construirmos uma sociedade mais justa”, defendeu Pacheco.
O senador acrescentou que a manifestação dos governadores não tem como objetivo “fulanizar” ninguém, nem tampouco agredir, mas, sim, buscar convergências respeitando “divergências”.
“Não é possível interromper o diálogo com nenhum dos Poderes, com nenhuma das instituições. E não é possível não ouvir governadores dos Estados. Um diálogo se constrói na busca de convergências e consensos, mas respeita divergências. É um exercício democrático”, disse.
O governador Ibaneis Rocha agradeceu o apoio do Senado aos pleitos dos gestores estaduais e manifestou preocupação com o “esgarçamento das relações entre os Poderes”.
“Existe unanimidade que temos que caminhar juntos pela democracia e distensionar este país. Temos um reflexo muito ruim tanto na economia, quanto no encarecimentos de produtos. A gente busca dissipar este ambiente”, apontou.
Os governadores apresentaram uma pauta com medidas de interesse dos Estados, entre elas, a intermediação do Congresso na busca de mais vacinas.
Segundo Ibaneis Rocha, contratos estão vencendo e há uma preocupação que comece uma “corrida por vacinas”.
Wellington Dias, governador do Piauí, afirmou que Conselhos dos Estados e municípios vão apresentar uma nota técnica ao Senado com a intenção de abrir diálogo com o Ministério da Saúde para a renovação de contratos via Plano Nacional de Imunização (PNI).
ESTOURO DOS PREÇOS
Os governadores também pediram a ajuda do Congresso para tentar frear o aumento de preços de combustíveis, da cesta básica e da energia, e debateram temas como reforma do Imposto de Renda e a PEC dos Precatórios. Sobre a agenda econômica dos governadores, Rodrigo Pacheco afirmou que vai dialogar com o Ministério da Economia para buscar saídas para a inflação.
“Nosso inimigo é o preço do feijão, da gasolina, da luz elétrica. Temos que discutir isso no Brasil e não perdermos tempo com aquilo que não convém”, disse Pacheco.
Fonte: Agência Senado