A Justiça Militar pediu que o Ministério Público Estadual (MPE) investigue o sobrevoo de um helicóptero do Centro de Integração de Operações Aéreas (Cioaper) sobre o Colégio Notre Dame, em Cuiabá, no Mato Grosso. O pedido é assinado elo juiz Marcos Faleiros, da Vara Militar de Cuiabá.
O magistrado afirma que a Justiça Militar tem a obrigação de defender a Ordem Constitucional e as Instituições Democráticas com rigidez.
Os pilotos do helicóptero fizeram um voo baixo, segurando uma bandeira do Brasil e causaram ventania na escola, assustando os alunos e professores.
A ação aconteceu dias depois de uma professora da escola ser afastada por fazer críticas a Bolsonaro e seus apoiadores. A professora foi gravada criticando o presidente durante aula do 3º Ano do Ensino Fundamental por ser conivente com o desmatamento e invasões em terras indígenas.
Na gravação, ela afirma que Bolsonaro é a favor da destruição das terras indígenas e da invasão de garimpos. “A Polícia Federal essa semana foi lá nas terras indígenas, teve umas máquinas que eles botaram fogo e outras que afundaram no lago. Além da destruição da natureza, também está prejudicando o povo indígena, as terras são deles”, disse.
“Ele [o presidente] é a favor do desmatamento. Ele é a favor que os garimpeiros façam destruição dentro das terras indígenas. Além da destruição da natureza, está prejudicando o povo indígena. Os garimpeiros e o presidente da república são a favor disso. Temos que começar a pensar o que queremos para o nosso Brasil”, disse a professora.
A professora disse também que os alunos devem começar a pensar sobre o futuro do Brasil e mencionou o uso da urna eletrônica no processo eleitoral.
“Votamos com a urna eletrônica. Ali não tem como você roubar. Tem como roubar se for no papelzinho. E o que ele [Bolsonaro] quer? Ele quer que volte a votação pelo papelzinho, que é pra facilitar ele fazer qualquer coisa que ele quiser”.
Apesar de pegar alunos de surpresa, a Secretaria negou que o voo tenha relação com o ocorrido e afirmou que se trata de um evento de “comemoração à semana da pátria”.
Faleiros já havia encaminhado um ofício ao comandante-geral da PM, coronel Jonildo José de Assis, na última semana, alertando que “comportamentos subversivo” de policiais nos atos de 7 de setembro serão punidos. As consequências podem ir de prisão até a demissão do militar.
“Qualquer quebra de hierarquia ou comportamento subversivo às instituições democráticas, haverá consequências graves e imediatas”, consta em trecho da orientação encaminhado ao comandante-geral.