O general Paulo Chagas, ex-candidato ao governo do Distrito Federal, ocasião em que apoiou Jair Bolsonaro, em mais uma demonstração de sua ruptura com o atual presidente, afirmou que não participará dos manifestos convocados para este 7 de Setembro pelos bolsonaristas, pois “foram desvirtuados para beneficiar o titular do Palácio do Planalto” e “cultuar” sua “figura”.
“O presidente está cheio de defeitos que precisam ser corrigidos, e não enaltecidos”. Embora fale em concordância com “a pauta”, disse não concordar em “em participar [dos atos] por causa desse culto que o ato virou à personalidade do presidente”, afirmou em entrevista ao Portal Metrópoles.
Em outra entrevista, publicada recentemente, o militar alertou para as consequências das manifestações bolsonaristas convocadas para o feriado de 7 de Setembro.
Segundo ele, Bolsonaro não representa mais a vontade do povo brasileiro, podendo tumultuar o país “se jogar fora das quatro linhas da Constituição Federal”. Na mesma manifestação, fez ressalvas ao ex-presidente Lula (PT).
O general Paulo Chagas foi apoiado por Bolsonaro para disputar pleito contra o atual governador Ibaneis Rocha (MDB), em 2018, mas, em razão da política adotada por ele durante a pandemia e dos frequentes ataques à democracia e às instituições republicanas, declarou ruptura com o bolsonarismo e garantiu que não apoiará a reeleição do presidente em 2022.