O médico Marco Antônio Zago, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, originalmente ligado ao grupo político de Antônio Palocci e ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP), no período de 2014 a 2018, foi nomeado pelo novo governador, Márcio França, para ocupar a Secretaria da Saúde do Estado, em substituição ao médico sanitarista David Uip.
A passagem de Zago pela reitoria da principal universidade do país foi marcada pelo excesso de centralização, pela falta de diálogo e pela defesa intransigente da redução das dimensões e da abrangência da universidade pública. Não se mobilizou para a busca de mais recursos em tempos de crise e foi responsável por cortes sistemáticos no orçamento da USP. As principais realizações que caracterizaram sua administração foram dois planos de demissão voluntária, o fechamento de creches e do Pronto Socorro e de leitos do Hospital Universitário.
A nomeação de um administrador que se descomprometeu solenemente com o maior hospital público da Zona Oeste de São Paulo para comandar uma pasta eminentemente social, como é a área de saúde pública do Estado, revela, entre outras coisas, que a transição suave e sem traumas de um governo marcado pela ortodoxia tucana, como vinha sendo até aqui a administração de Geraldo Alckmin (PSDB), para um governo do PSB, que, segundo as palavras de Márcio França, será um governo “mais pautado pelas demandas sociais”, é uma tarefa mais complexa e difícil do que aparentava inicialmente.