As manifestações do próximo domingo (12) contra o presidente Bolsonaro ganham cada vez mais adesões. Convocadas pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Vem pra Rua!, os atos, marcados para acontecer em várias capitais, já contam com a adesão de movimentos sociais, partidos da esquerda, centro e partidos da direita democrática.
Políticos como o presidenciável Ciro Gomes (PDT), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e João Amoedo (Novo) confirmaram presença. O ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) também são esperados no ato.
Para Ciro Gomes, “a Covid-19 não é a única ameaça mortal contra os brasileiros”.
“Irei a manifestação no dia 12, na Avenida Paulista. Esta luta não é mais um símbolo ou uma metáfora, mas um embate real em defesa da justiça e da liberdade. Ela está acima de pessoas, de partidos ou de posicionamentos ideológicos. Estamos às voltas com duas ameaças mortais: uma é a Covid e outra Bolsonaro”, escreveu Ciro Gomes em suas redes sociais.
A senadora Simone Tebet, após as manifestações antidemocráticas lideradas por Bolsonaro no 7 de Setembro, escreveu em seu twitter que “o momento exige ação dos Poderes Judiciário e Legislativo”. Ela afirmou que vai participar das manifestações. “Porque as palavras do presidente têm feição de atos. E atos inconstitucionais, nós temos de mostrar coragem não só para falar, mas para agir”.
Segundo a senadora, o movimento do presidente, que ontem (9) divulgou uma carta “conciliatória” em relação às suas investidas contra o Supremo e a Constituição, não passam de uma “estratégia momentânea”.
“Não se muda a essência da noite para o dia. O presidente estava diante de um xeque, se ele ficasse onde estava, poderia receber um xeque-mate das instituições, do Judiciário e do Legislativo. Se desse um passo além, se colocaria em xeque-mate”, afirmou a senadora.
Para João Amoedo, que também duvida da carta conciliatória de Bolsonaro e afirma que “trata-se apenas de um pequeno recuo para continuar avançando contra a democracia”, diante da postura do presidente, que trabalha para paralisar o Brasil no atraso, “a única forma de andarmos para frente é o impeachment, e cabe ao cidadão pressionar”.
“Não nos enganemos: Bolsonaro – expulso do exército, que idolatra Ustra e vive de polêmicas – é o do discurso contra o Estado de Direito do 7 de setembro. E não o da nota de pacificação”, afirmou.
Em suas redes sociais, Amoedo escreveu ainda que a participação no 12 de setembro “não é palanque para 2022, é para tirar o presidente Bolsonaro”.
Os protestos já contam com a adesão do PSDB, PDT, PSB, PCdoB, Cidadania, PSol, PV, Solidariedade e Rede. Os movimentos sindicais e estudantis também confirmaram participação nos atos.
O Psol soltou nota esclarecendo que não participará de ato convocado por organizações que não sejam o movimento “Fora, Bolsonaro”. A meu ver, nenhum partido de esquerda deveria aceitar o convite do MBL e do ” Vem para rua”, dois grupos golpistas, que foram desembarcados no Brasil desde os EUA, e que tiveram atuação ativa no movimento idealizado pela CIA que levou ao golpe de 2016. A luta contra a tentativa de golpe de Bolsonaro deve ser ampla, o que pressupõe rejeição de ações divisionistas, partam elas de organizações de esquerda, como o PCO, ou de centro-direita como o MBL e o Vem para a rua.
Você descreveu o caminho mais fácil para não tirarmos o Bolsonaro – e permitir o caminho do golpe de Estado e da ditadura. Por que é tão difícil conceber que todos os que são contra Bolsonaro têm que estar unidos para barrar Bolsonaro – e deixar os interesses particulares para depois? Sobretudo quando isso, essa tragédia, já aconteceu antes – por exemplo, em um país chamado Alemanha, onde subiu ao poder um certo Adolf Hitler.