A previsão de crescimento da economia do país em 2021 foi revisada para baixo no boletim Focus desta segunda-feira (13). De acordo com o boletim, que é elaborado pelo Banco Central (BC) a partir das estimativas de instituições financeiras, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 5,15% na semana passada para 5,04%. Há quatro semanas atrás estava em 5,28%. Já para 2022, o “mercado” espera um crescimento de 1,72%. Na semana passada, a previsão para o próximo ano era de 1,93%.
Com os atos hostis de Jair Bolsonaro contra a democracia e suas instituições, que enfraquecem o já fragilizado quadro econômico, com carestia dos preços, desemprego recorde, desvalorização do real frente ao dólar e a mais nova crise hídrica, a projeção do BC para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 foi elevada, pela vigésima terceira vez seguida, passando de 7,58% para 8%.
E a pressão pela elevação da taxa de juros continua. Em relação à taxa básica de juros da economia (Selic), a expectativa subiu de 7,63% para 8,00% no final de 2021. Para 2022, a projeção também acelerou, saindo de 7,75% para 8,00%.
Para o setor produtivo e economistas, com a economia fragilizada, não há inflação de demanda no país e a elevação das taxas de juros não segura os preços, mas inibe investimentos, aumenta o custo da dívida pública e leva a mais cortes no orçamento público.
No segundo trimestre deste ano, o PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve como índice de crescimento da economia, apresentou um recuo de 0,1% em relação ao trimestre anterior, jogando uma ducha de água fria no discurso do governo de que a economia estava entrando em um momento “robusto” da economia.
Para empresários de diversos setores, os ataques de Bolsonaro à democracia e ao Supremo Tribunal Federal nas manifestações do dia 7 de Setembro agravam a situação econômica.
Frente a isso, ontem (12), nomes como Horácio Lafer Piva (ex-presidente da Fiesp), José Olympio Pereira (presidente do banco Credit Suisse), Fábio Barbosa (da Gávea Investimento e ex-presidente do banco Santander), Antônio Moreira Salles (filho do presidente do conselho de administração do banco Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles), Eduardo Wurzmann e Lucia Hauptman protestaram na Avenida Paulista, no ato “Fora Bolsonaro”.