O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), disse em artigo que Jair Bolsonaro tentou dar um golpe no dia 7 de setembro, mas foi obrigado a recuar porque “formou-se uma verdadeira frente ampla” em defesa da democracia.
Mas “não poderemos baixar a guarda” porque Bolsonaro “seguirá tentando intimidar o STF, para barrar inquéritos e processos contra seus familiares e apoiadores, e buscará deslegitimar o Tribunal Superior Eleitoral”.
“É temerário não reagir contra aqueles que trabalham abertamente para uma ruptura da democracia, como se viu na tentativa fracassada de 7 de Setembro”, afirmou Dino no artigo “O golpe fracassado”, publicado na revista CartaCapital.
“Nosso esforço deve ser para que o máximo de setores promova uma união em defesa da Constituição”, enfatizou Flávio Dino.
O governador acredita que “o ato golpista teve método e não foi apenas um desatino de meia dúzia de pessoas”.
“Empresários e caminhoneiros, por exemplo, iniciaram uma paralisação para bloquear rodovias em várias partes do País e se recusaram a deixar a capital federal”, sentenciou.
A tentativa de golpe “só não prosperou porque instituições como o Supremo Tribunal Federal barraram os planos e as ações dos golpistas”.
“Formou-se uma verdadeira frente ampla para fazer a contenção institucional dos manifestantes e seus patrocinadores que invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com ameaças e violência”.
Os apoiadores de Bolsonaro “não foram adiante com a sabotagem porque Jair Bolsonaro foi obrigado a negociar um recuo, ao divulgar uma carta, escrita pelo ex-presidente Michel Temer, para baixar a temperatura que ele mesmo elevou”.
Dino falou ainda que “não vejo sinceridade no conteúdo daquela carta” e que a “mensagem carece de consistência”. “O problema do Brasil é que Bolsonaro é viciado na estratégia de guerra permanente contra as instituições e a sociedade”.
“Resultado: a população brasileira está pagando um preço altíssimo com os erros na coordenação nacional sobre a pandemia, a volta da inflação, os 14 milhões de desempregados, o aumento no número das pessoas na pobreza, a destruição ambiental e o fraco crescimento da economia”, continuou.
“Em dois anos e oito meses de gestão, o presidente da República jamais apresentou um projeto para resolver os problemas do País. A única preocupação é manter o ambiente político conflagrado à espera das eleições presidenciais de 2022”, completou.