Exposição traz fotografias, documentos originais, publicações e filme que mostram a trajetória política de Jango, o antes e o depois do golpe de 64, e o clima de irreversível mudança que se respirava no país
Jango, Nossa Breve História, é uma mostra fotográfica dos principais acontecimentos que ocorreram no Brasil entre setembro de 1961 e março de 1964. O evento será aberto no dia 28 de abril, às 11 h, no Memorial da Resistência de São Paulo (antigo Dops), que fica no Largo General Osório, 66, na Luz, Região Central de São Paulo.
A mostra conta com 160 fotografias e 20 documentos originais e publicações dos anos 1960. Essas obras oferecem ao público, além de registros do golpe de 1964, a oportunidade de conhecer um pouco da vida e do perfil de João Goulart, uma janela de acesso à política brasileira das décadas de 1950 e 1960.
O roteiro permite também o acompanharmos dos rumos partidários, movimentos sociais, o papel dos estudantes, o cenário do pós-guerra, o clima de irreversível mudança que se respirava no país, de bossa nova e democracia.
Coordenado pelo jornalista André Gaeta e tendo Cláudia Heynemann como curadora, a mostra, que já está em seu quinto ano rodando pelo Brasil, foi uma iniciativa do Arquivo Nacional, órgão ligado ao Ministério da Justiça.
Em sua versão paulista, o evento contou com o apoio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado, do Instituto João Goulart, do Memorial da Resistência de São Paulo, sede da mostra, e da Associação Pinacoteca Arte e Cultura.
FILME
Além das fotografias, o trabalho apresenta o filme “Jango: uma década de esperança e incerteza”. O vídeo, editado por Ana Moreira, tem duração: 32 min e é uma concepção de Viviane Gouvêa.
O filme, diz a apresentação, “foi produzido para a exposição Jango: nossa breve história tenta recuperar a imagem do trabalhista, herdeiro de Getúlio Vargas, em sua trajetória política ao longo de dez anos; da morte de seu mentor às articulações que, criando um clima de medo, insegurança e desesperança, abriu caminho para a instalação de um regime de exceção que duraria 21 anos”.
João Goulart foi deposto em 1964, após incansável campanha contra a sua pessoa, suas propostas para superação do subdesenvolvimento brasileiro e contra os grupos que constituíam sua base de apoio”. “Tendo a Guerra Fria como pano de fundo e a consequente radicalização de posições, os anos que antecederam sua queda foram marcados por um vertiginoso processo de polarização”, aponta o roteiro do vídeo.
O filme Jango: uma década de esperança e incerteza foi realizado a partir de arquivos sonoros, filmográficos e iconográficos sob guarda do Arquivo Nacional.
Cláudia Heynemann lembra, em documento feito para a apresentação da mostra de 2014 que, “meio século depois, procura-se seguir a reportagem fotográfica da Agência Nacional, órgão oficial, e do jornal Correio da Manhã, então engajado na campanha contra o governo”.
“Outros acervos de natureza privada puderam aqui ser exibidos ao público, como a Campanha da Mulher pela Democracia, de Santiago Dantas e João Goulart. Arquivos dos órgãos de repressão do período ditatorial como o SNI e a Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça geraram processos e dossiês que investigavam os “inimigos” do regime e são apresentados em vitrines, restituídos a seus aspectos formais, que dão conta dessa rotina burocrática, e das redes em que circulava essa informação.
“Desse amplo conjunto de imagens emergem os ícones de vanguarda na vida intelectual, cultural, artística, com sua economia de crítica e conflito, e que também e tanto quanto, expõem por toda a década as fissuras nos modelos concebidos e a fragmentação das grandes narrativas conciliadoras, exibindo resistência, pensamento e transgressão”, explica a curadora.
Abertura: 28 de abril, às 11 horas. Memorial da Resistência de São Paulo (antigo Dops). Largo General Osório, 66, Luz – SP.
SÉRGIO CRUZ
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