O ex-governador Anthony Garotinho e sua esposa, a ex-governadora Rosinha Matheus, desmentiram, na quarta-feira, que tivessem recebido R$ 3 milhões da JBS, na campanha de 2014, através de um contrato com uma empresa de nome Ocean Link Solutions.
Houve, disse um dos advogados de Garotinho, uma doação oficial da J&F – holding do grupo da JBS – ao PR, partido do qual o ex-governador era membro, na época. Essa doação, ao Diretório Nacional do partido foi, em parte, transferida ao Diretório Estadual do Rio – e declarada à Justiça Eleitoral.
Em depoimento ao Ministério Público, o ex-diretor financeiro da JBS, Ricardo Saud, relatou que negociou a doação com Fabiano Alonso, genro do então presidente do PR, Antonio Carlos Rodrigues.
Saud não teve contato com Garotinho. Segundo referiu, o genro do presidente do PR disse a ele: “o Garotinho está nervoso, você sabe o jeito que ele é’. Eu falei: ‘eu não sei o jeito que ele é não. Não conheço ele’. Ele falou: ‘ó, mas vamos fazer isso antes que dê problema para todo mundo’. Aí, no outro dia eu autorizei pagar”.
O ex-diretor da JBS declarou que foram passados R$ 40 milhões para o esquema nacional do PR, comandado por Rodrigues.
Em janeiro deste ano, Rodrigues e a Executiva Nacional do PR, que aderiram a Temer, dissolveram a Executiva Regional do partido no Rio e destituíram Garotinho da direção.
Garotinho, então, lançou manifesto intitulado “A luta continua”, onde diz:
“Deixo o PR aliviado, já que o partido hoje é uma sucursal do governo Michel Temer, que está entregando o Brasil, perseguindo aposentados, comprando deputados para aprovar reformas políticas, gastando bilhões para não ser investigado sobre as malas de Geddel Vieira Lima, as mutretas de Cunha, as maracutaias de Rodrigo Rocha Loures.
“Aproveitaram um momento circunstancial, onde estou enfrentando a maior quadrilha da história do Rio de Janeiro, para me jogar ao vento. Não me conhecem. A fraqueza nunca foi uma das minhas marcas nem a traição, a falta de palavra”, escreveu o ex-governador.