Personalidades de diversos partidos se solidarizaram com Ciro Gomes e outras lideranças que foram hostilizados e pedem providências para que este desserviço à luta democrática não se repita
Diversas personalidades repudiaram as agressões a Ciro Gomes por elementos trajando camisetas do PT e da CUT, durante a manifestação deste sábado na Avenida Paulista. Também membros do PCO vaiaram líderes do PSB, do PDT, do Solidariedade, da Força Sindical e a presidente da UNE. Os primeiros chegaram a fazer uma emboscada à comitiva do PDT e de seu presidenciável, com o intuito de agredi-los, na saída do ato.
Um dos primeiros a protestarem foi Roberto Freire. “Expresso em nome do Cidadania, nossa solidariedade a Ciro Gomes, Carlos Lupi e aos militantes do PDT que sofreram agressões e foram hostilizados na manifestação da Av. Paulista. Aos agressores nosso repúdio”, disse no domingo (3) o ex-deputado constituinte e presidente nacional do Cidadania, em suas redes sociais.
Guilherme Boulos (Psol), que apareceu no ato ao lado de Ciro, também criticou as agressões sofridas pelo candidato do PDT: “Os atos de ontem em todo o Brasil demonstraram força e unidade contra Bolsonaro”, disse ele. “A presença de amplos setores políticos é fundamental para a luta pelo impeachment. Nesse sentido, a hostilização de lideranças que foram à Paulista, entre elas Ciro Gomes, é inaceitável”, acrescentou.
“É inaceitável que aqueles que estão lutando pela democracia sejam hostilizados em nossos espaços, como aconteceu ontem com Ciro Gomes no ato da Paulista”, disse Bruna Brelaz, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). “As eleições de 2022 não podem ser um empecilho para unidade pelo fora Bolsonaro, o povo brasileiro não pode mais esperar”, disse a líder estudantil, que também foi hostilizada por alguns elementos sectários e fascistoides que estavam na manifestação.
A ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, da Rede, também prestou solidariedade a Ciro Gomes: “É antidemocrática a tática de agressões para tentar intimidar adversários. É um desserviço à democracia instrumentalizá-la para praticar da intolerância e do exclusivismo politico autoritário. Minha solidariedade ao Ciro Gomes pelas agressões sofridas em São Paulo”, disse ela.
“Estava no ato da Paulista e a luta agora pela unidade e amplitude contra Bolsonaro é fundamental”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). “Lamento as agressões a lideranças e violência contra Ciro Gomes feitas por uma minoria de pessoas. Jogar latas e garrafas? Diferença é no debate. Solidariedade a todos e a Ciro”, complementou.
“Nada justifica as agressões a Ciro Gomes”, disse a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). “Muito importante a unidade de ação ontem na luta pelo Fora Bolsonaro. Precisamos de todos que rechaçam este governo para construir o impeachment. Agressões físicas a uma das lideranças que estão neste esforço não podem ser toleradas. Nada justifica as agressões a Ciro Gomes”, enfatizou.
A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) afirmou que “assina embaixo de cada palavra de Sâmia!” “Quem não entende que unidade de ação para derrotar Bolsonaro não é palanque eleitoral e que precisamos ampliar a luta para derrotá-lo ainda em 2021, não está entendendo nada. Ciro Gomes tem minha solidariedade!”, afirmou a deputada.
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, também criticou o comportamento dos agressores. “Apesar das divergências, a gente está seguindo por um movimento. É óbvio que tem essas questões colaterais. Mas eu acho que temos que mostrar o seguinte: tem uma unidade no comando das forças políticas, das forças sociais e do movimento sindical para que a gente tenha um foco. Nosso inimigo é Bolsonaro”, disse Gleisi.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que “foram massivos, capilarizados em todo o país e ampliaram com representação bem-vinda de centro e centro-direita. É a frente ampla tomando forma”. “Inaceitável o ataque a Ciro Gomes, grande quadro da luta democrática e contra o fascismo”, disse ele.
Ciro recebeu também, num jantar em São Paulo, na noite de sábado, a solidariedade do jornalista e apresentador de TV, José Luiz Datena.
Datena disse que isso não é comportamento de democratas. Ciro argumentou que “para fazer o impeachment e proteger a democracia brasileira temos que juntar todo mundo”. “Ainda há tempo para o PT amadurecer”, afirmou. “Quem for democrata tem que entender que o impeachment é a única saída. Precisamos fazer um acordo com a direita e um centro democrático”, afirmou o pedetista.