Mais de cinco mil pessoas formaram uma enorme fila, na terça-feira (3), no feirão de emprego organizado pela universidade Castelo Branco em Realengo no Rio de Janeiro. Foram 28 horas de fila, debaixo de chuva e muito frio. Cinco mil senhas foram distribuídas e nem todos que estavam na fila saíram com a senha para disputar uma das 850 vagas oferecidas.
“O que eu mais quero é um emprego. Só um emprego para eu recuperar minha dignidade. Quase dois anos desempregado, está muito difícil conseguir um emprego”, declarou com emoção o senhor Rosevaldo Santos, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, segundo reportagem do G1.
“Eu cheguei aqui ontem, às 18h, e já tinha cerca de 50 pessoas esperando. Estou desempregado há um ano e sempre que sei de uma feira tento vir o mais cedo possível para a fila. Trouxe uma cadeira de praia para ficar sentado, cobertor, lençol, biscoito e improvisamos uma lona quando começou a chover. Mas não ajudou em nada. Estamos molhados do mesmo jeito”, lamentou William Cordeiro da Silva, de 22 anos, que trabalhou como ajudante de caminhoneiro. “Moro com meu pai, meu irmão de 24 anos e minha irmã, de 14. Meu irmão também está desempregado. E meu pai é pedreiro autônomo. Está fraco de serviço para ele. Mas quando surge algo, a gente trabalha como ajudantes. Quero conseguir um emprego de carteira assinada para ajudar minha família”, completou.
Entre as vagas oferecidas no feirão estão as de ajudante de armazém, auxiliar de serviços gerais, orientador de tráfego, prevenção de perdas, vendedor, auxiliar de loja, consultor de vendas e porteiro.
Segundo a última pesquisa divulgado no IBGE, são 13,1 milhões de desempregados no país. A taxa de desocupação atingiu 12,6% no trimestre encerrado em agosto. No mesmo período do ano passado, a taxa estava em 11,8%.
Segundo o IBGE, o desemprego continua subindo no estado do Rio de Janeiro. No trimestre janeiro-fevereiro-março eram 1,2 milhão de desempregados e o número subiu para 1,3 milhão de pessoas sem emprego no trimestre encerrado em junho.