Em entrevista ao canal do Youtube de Marco Antonio Villa, o presidente da CPI da Covid-19 no Senado disse que Queiroga tem três pontos para esclarecer aos senadores. Oitiva vai ser na próxima segunda-feira (18)
O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), reiterou a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga à CPI. Vai ser a terceira vez que o ministro comparece à comissão.
Em entrevista ao canal do Youtube de Marco Antonio Villa, no último sábado (9), Aziz disse que Queiroga tem três pontos para esclarecer à CPI.
“Por que houve a orientação para suspender a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos?; como será a vacinação no próximo ano?; e sobre o parecer da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), a respeito de medicamentos sem comprovação científica, não ter saído até hoje”, elencou o presidente da CPI.
“Não dá para entender que depois de 5 meses que ele [Queiroga] esteve na CPI e depois de 1 ano de discussão, a Conitec não traga um relatório final porque o presidente da República não quer”, afirmou.
Aziz também garantiu que mesmo com a nova convocação do ministro da Saúde, o calendário da CPI não foi alterado e a votação do relatório deve ocorrer em 20 de outubro.
“O governo não quer admitir que o que propagou, o que aconteceu na Prevent Senior, o que aconteceu nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e em vários lugares do Brasil foi um erro que levou à morte de milhares de pessoas. Não se pode colocar política acima da ciência”, afirmou Aziz.
CALENDÁRIO DA CPI NA RETA FINAL
Na próxima semana — de 18 a 20 de outubro —, quando a CPI vai finalizar os trabalhos de oitivas e investigações, vai haver três reuniões, até o final das atividades da comissão.
Na próxima segunda-feira (18), a comissão vai ouvir, pela terceira vez, o ministro da Saúde. Dia 19, o relator vai ler o relatório final das investigações. Deve haver pedido de vistas.
No dia seguinte, quarta-feira (20), o texto deve ser votado e deve ser aprovado.
DESDOBRAMENTOS DA CPI
Um dos desdobramentos das investigações, com a possível aprovação do relatório, segundo o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP), é que a CPI passa a funcionar como ‘observatório parlamentar’ e vai entregar o documento ao PGR (procurador-geral da República), dia 21, e à Procuradoria-Geral do DF, dia 26.
Caso seja apontado crime de responsabilidade por parte de alguma autoridade, senadores entregarão o relatório ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) também no dia 26.
O calendário inclui ainda o compartilhamento das informações sobre a Prevent Senior com a Procuradoria-Geral de São Paulo e com a Força Tarefa do Ministério Público de São Paulo que investiga a operadora.
RENAN CANCELA CERIMÔNIA DE HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DA COVID-19 QUE HAVERIA NA CPI
O relator da CPI da Covid-19 no Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou, via redes sociais, que vai ser cancelada a cerimônia que homenagearia as vítimas que morreram de Covid, no final dos trabalhos do colegiado.
De acordo com o relator, o cancelamento ocorre porque ele deve se dedicar ao relatório final e evitar “fake news e narrativas”.
“Para me dedicar mais ao relatório e evitar narrativas políticas e Fake News, cancelamos a Cerimônia que homenagearia as Vítimas da Covid-19. Os responsáveis pelas mais de 600 mil mortes serão punidos pela justiça dos homens e de Deus”, escreveu o relator.
A CPI se encontra atualmente na reta final dos trabalhos. O fim dos trabalhos deve ocorrer após o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, agendado para o próximo dia 18.
O relatório final vai ser lido e votado pela comissão entre os dias 19 e 20, e, se aprovado, deve ser encaminhado à PGR (Procuradoria-Geral da República), à presidência da Câmara dos Deputados e Ministério Público de São Paulo.
Renan antecipou que o relatório, “com certeza”, vai pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e de assessores.
M. V.