O braço direito da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, ganhou uma festa surpresa de aniversário neste sábado (9), informa a colunista Juliana Dal Piva, do UOL.
O evento em comemoração dos seus 56 anos, entre os cerca de 40 convidados, estava Raimunda Veras Magalhães, mãe do miliciano Adriano Nóbrega, ex-líder do Escritório do Crime, braço da milícia de Rio das Pedras encarregado de realizar execuções por encomenda. Ele foi morto em fevereiro de 2020 na Bahia.
Queiroz e Raimunda festejaram no último fim de semana enquanto sua denúncia permanece paralisada há cerca de um ano. Os dois são alvos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), onde Queiroz é acusado de ser o operador de um esquema de peculato que dividia o salário dos assessores de gabinete do filho do presidente da República. Além disso, Queiroz responde por lavagem de dinheiro.
O aniversário, inclusive, foi comemorado dias antes da data que marca um ano da apresentação do documento ao Órgão Especial do TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), entregue em 19 de outubro de 2020.
A apuração do MP concluiu que Queiroz era um dos operadores do esquema de “rachadinhas” dentro do gabinete parlamentar, enquanto Raimunda foi apontada como integrante do esquema.
A acusação aponta que o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, teria desviado R$ 6 milhões dos cofres públicos, dos quais pelo menos R$ 2 milhões passaram pela conta de Queiroz. Raimunda estava inclusiva no rol de funcionários fantasmas que repassavam o salário no esquema das rachadinhas.
Ainda de acordo com a publicação, a expectativa é de que o MP-RJ apresente novo pedido de quebra de sigilo bancária e fiscal de Queiroz, Flávio e outros investigados. Deve ser usada para formular uma nova denúncia, já que as informações financeiras foram essenciais para a investigação do caso e a 1ª decisão foi anulada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) em fevereiro deste ano por falta de fundamentação.O MP pediu em junho a exclusão de várias provas para que o TJ-RJ começasse a análise da denúncia. Mas em agosto, uma decisão do ministro João Otávio de Noronha, relator do caso no STJ, suspendeu a tramitação da denúncia contra Flávio.
Queiroz chegou a ser preso em junho de 2020, mas foi ao regime domiciliar por decisão do STJ. Em março deste ano, a prisão foi revogada pela Corte. Desde então, Queiroz é visto circulando normalmente no Rio. Ele foi às ruas em 7 de setembro apoiar o presidente Bolsonaro.