Sabotou o combate à pandemia e afundou a economia do país e, agora, acha que alguém vai acreditar em sua ladainha de que a culpa é de prefeitos e governadores
Jair Bolsonaro admitiu, nesta segunda-feira (11), durante seu divertido passeio pelo Guarujá, no litoral paulista, que o país está quebrado. Todo mundo já sabia do desastre em que ele enfiou o Brasil. Só o lunático do Guedes dizia que a economia estava bombando, mas o que se viu, agora, é que está bombando, mesmo, sua offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, onde ele esconde uma fortuna de R$ 51 milhões.
Bolsonaro disse que a culpa pelo desastre na economia do país, que agora até ele é obrigado a reconhecer, não é sua. “É dos governadores e prefeitos”, afirmou. Mas, a realidade é bem outra. As decisões sobre a economia nacional são de sua responsabilidade e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, e mais ninguém. Bolsonaro é quem corta os investimentos, que ameaça o país com o racionamento de energia, que autoriza os aumentos da gasolina e na energia elétrica, que deixa os alimentos serem exportados e dolarizados internamente, jogando a inflação nas alturas.
Tentar colocar nas costas dos outros a culpa pela tragédia em que ele jogou o país chega às raias do ridículo. Foram suas insanidades e sua omissão em governar que provocaram o desastre. Foi ele que sabotou de todas as formas possíveis a luta contra a pandemia e a compra das vacinas, prolongando o sofrimento e provocando centenas de milhares de mortes evitáveis de Covid-19. O fato do Brasil contabilizar, até hoje, cerca de 500 mortes por dia pela Covid-19 e ser o segundo maior em número absoluto de vitimas do vírus em todo o mundo, com mais de 600 mil pessoas mortes, é culpa exclusiva de Bolsonaro e de mais ninguém.
Foram seus desatinos na economia e na política, seu negacionismo com relação aos riscos do novo coronavírus, que agora está sendo investigado pela CPI da pandemia, sua sabotagem ao uso de máscara, seu desdém à gravidade da doença, seus estímulos às aglomerações para espalhar o vírus e a insistência no charlatanismo da cloroquina e outras drogas ineficazes para o tratamento da Covid-19, que fizeram a pandemia se arrastar até hoje, provocando mortes, restrições, sofrimento e trazendo um grande prejuízo à economia.
Como disse o general Santos Cruz, em artigo publicado em suas redes sociais, neste fim de semana, “Bolsonaro não fala nada que preste sobre a crise na economia e não se preocupa em dar soluções para os principais problemas do país, como a inflação, a fome e o desemprego”. Ou, quando o faz, é como ocorre agora no Guarujá, para jogar a culpa nos outros, para tirar o corpo fora, para dizer que não tem nada com isso. O que só comprova que Bolsonaro é um desqualificado que, como disse o general, só tem tempo para organizar ‘motociatas’, ‘tanqueatas’ e outras palhaçadas, enquanto o país segue à deriva.
Como uma biruta de aeroporto, Bolsonaro diz que a culpa pela crise é dos governadores e prefeitos e, ao mesmo tempo, diz que “o Brasil foi o país que melhor se saiu economicamente em questão da pandemia”. Nem os governadores e prefeitos quebraram o país com suas decisões e nem o Brasil foi quem se saiu melhor na crise. A verdade é que a sua sabotagem à luta contra a pandemia, além de matar centenas de milhares de pessoas, agravou drasticamente a crise econômica e social que já vinha assolando o país.
As pesquisas mostram sobejamente que a rejeição da população ao seu desgoverno não para de crescer. Daí sua obsessão em criar narrativas falsas como a que busca culpar estados e municípios, tentando desviar a atenção do país para a sua responsabilidade pela tragédia na pandemia e o desastre na economia.
Não é por outro motivo que a CPI fecha o cerco sobre os diversos crimes cometidos por Bolsonaro e seu governo contra a vida humana, além das negociatas por vacinas que apareceram durante as investigações.
A ideia genocida da imunidade de rebanho foi defendida abertamente por Bolsonaro durante toda a pandemia, algo que só não se concretizou por conta da grande resistência que o Brasil inteiro lhe opôs a essa insanidade.