Projeção foi reduzida de 1,9% para 1,5%
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a projeção de crescimento do Brasil para 2022. De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano recuou de 1,9% para 1,5%. Para este ano, o FMI também revisou a expectativa de crescimento de 5,3% em julho para 5,2%.
Esses números confirmam a situação de dificuldade que o país atravessa sob o governo Bolsonaro: inflação galopante, juros em alta, desemprego explosivo, produção industrial estagnada, cortes nos investimentos públicos, boicote à vacinação contra Covid e ataques à democracia.
Segundo a economista-chefe do Fundo, Gita Gopinath, o reajuste da estimativa para o Brasil se baseia no efeito da alta da taxa básica de juros e da inflação. Além disso, o FMI destacou a alta taxa de desemprego no Brasil.
Na contramão do mundo, o Brasil está entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo, ficando atrás apenas da Turquia, segundo o site Moneyou. E aqui a inflação está bem mais alta do que no resto do planeta, o que faz com que a economia se mantenha estagnada, e a recuperação bem mais lenta no Brasil do que no resto do mundo, segundo o FMI.
Não é certo que as estimativas, de fato, expressem a realidade econômica e social do país, com a inflação já superando as projeções internas, no caso o Boletim Focus e do FMI, atingindo 10,25% em doze meses. Reflexo do descontrole dos preços administrados pelo governo, como gasolina que subiu 40%, o gás de cozinha que aumentou 34,67% e a energia elétrica 28,82%, além das carnes (24,84%), também no acumulado de 12 meses até setembro.
Diferente do FMI, para alguns economistas e representantes de instituições financeiras a expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no próximo ano caiu para menos de 1%. O Itaú Unibanco, o maior banco privado do país, cortou a projeção para 2022 de 1,5% para 0,5%, a MB Associados reduziu de 1,4% para 0,4% e o J.P. Morgan de 1,5% para 0,9%. O Banco Fator prevê a economia crescendo apenas 0,5%.
Ou então não levem devidamente em conta que 116,8 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar e mais de 19 milhões de brasileiros estão na extrema pobreza, conforme dados da Rede Penssan.
De qualquer forma demonstram a percepção dos analistas de que as políticas e administração do governo, ou a falta delas, estão se deteriorando.
Até mesmo o Bolsonaro “cantou essa bola” ao afirmar recentemente “que o que está ruim pode piorar”. Que no ano que vem os fertilizantes vão ter fortes e generalizados aumentos de preços, sem dar uma palavra sobre o que o governo vai fazer para enfrentar o problema.