Após Bolsonaro sancionar o corte de quase 90% no orçamento da pesquisa científica e tecnológica no país, na semana passada, a Universidade de Brasília (UnB) lançou, na sexta-feira (15), uma nota de repúdio contra os cortes.
A nota critica os sucessivos cortes destinados ao Ministério da Educação e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o desmantelamento das agências de fomento, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
“A pandemia da Covid-19 mostrou a importância das contribuições das universidades públicas brasileiras”, ressalta o documento.
Conforme a nota da UnB, “as políticas governamentais de retiradas maciças de recursos financeiros afetam dramaticamente a infraestrutura de pesquisa, formada por laboratórios e espaços de realização de experimentos científicos em todas as áreas do conhecimento, e a formação de pessoas em níveis de graduação e pós-graduação, fundamentais para o desenvolvimento do país”.
“A UnB, em conjunto com as demais universidades públicas brasileiras, a partir da sua base forte em pesquisa, vinha atuando de maneira consistente no contexto internacional, enquanto tínhamos políticas de apoios às atividades de pesquisa no país. É essencial compreender que não há inovação sem produção de conhecimento que, no Brasil, é feita pelas universidades públicas”, afirma a UnB, ressaltando o processo de inovação desenvolvido pelas universidades públicas.
Desde que foi anunciado, o corte de recursos para a área vem sendo repudiado por várias entidades científicas. Na sexta-feira (15), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizou em articulação com outras entidades científicas e acadêmicas nacionais a “Mobilização em Defesa da Ciência”, para mobilizar a comunidade científica em defesa do setor e da Educação no país.
O corte foi repudiado pelo próprio ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, que afirmou que a redução e a decisão é uma “falta de consideração”.