Relatório do Banco Itaú Itaú prevê recessão para o ano que vem, com queda de 0,5% no PIB
De acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Banco Central (BC), a mediana das estimativas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) caiu de 5,01% para 4,97% em 2021 – ou seja, resultado que mal recomporá as perdas de 2020, ano que a pandemia da Covid-19 chegou ao país e a economia ruiu 4,1% sob o desgoverno de Bolsonaro. Já para 2022, os representantes do mercado financeiro esperam crescimento pífio de 1,40%. Na semana anterior, as expectativas eram de crescimento de 1,50%, segundo o boletim, mas estimativas de inúmeras instituições financeiras já sinalizaram crescimento abaixo de 1% e até recessão.
Relatório do banco Itaú Unibanco passou a prever uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Conforme divulgado nesta segunda-feira (25), o banco alterou sua projeção para o PIB de alta de 0,5% para uma queda de 0,5% no ano que vem. “Taxas de juros mais altas levarão a uma atividade econômica mais fraca, e agora vemos recuo moderado de 0,5% do PIB em 2022”, diz o relatório.
Os resultados do boletim desta semana refletem o que o ministro da Economia e Bolsonaro deixaram claro na entrevista coletiva da sexta-feira (22): o governo não vai agir para controlar a inflação, promover investimentos e tirar os brasileiros da miséria.
A inflação oficial do país atingiu em setembro 10,25% – o maior índice desde 1994, quando da implantação do Plano Real. Também consultados sobre a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), os representantes das instituições financeiras subiram as estimativas para a inflação de 8,19% na semana passada para 9,05% ao ano, indicando que a tendência é de alta.
Questionado sobre a carestia, o ministro da Economia disse que “a inflação é global” e que o remédio será aumentar os juros, ou seja, arrochar e desestimular ainda mais o consumo e a produção de uma economia que anda para trás em termos de crescimento.
Diante disso, a estimativa para a taxa Selic no Boletim Focus subiu de 8,25% para 8,75%, o que supõe uma aceleração de 1 ponto porcentual ainda este ano. Já a estimativa para o fim de 2022 passou de 8,75% para 9,50%, uma das mudanças mais bruscas da história da pesquisa de uma semana para a outra.
Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central subiu pela quinta vez consecutiva a Selic em mais um ponto porcentual, atingindo 6,25% ao ano. Em ata, o colegiado sinalizou um novo aumento de mesma magnitude para a próxima reunião, nos próximos dias 26 e 27 de outubro. Já o ministro Paulo Guedes, em coletiva na sexta-feira defendeu que o juros tem que ser ainda maior. “Tem que correr um pouquinho mais com o juro”, defendeu.