Minério de ferro e diesel foram os principais responsáveis pela aceleração inflacionária registrada pelo IGP-M em outubro. Em 12 meses, índice acumula alta de 21,73%
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel” subiu 0,64% em outubro, após ter registrado recuo de 0,64% no mês imediatamente anterior. O IGP-M acumula uma alta de 16,74% no ano, e 21,73% em 12 meses, segundo os dados da Fundação Getúlio Vargas, divulgados na quinta-feira (28).
Os preços no atacado, que sofrem mais diretamente os efeitos da alta do dólar, foram os principais responsáveis pela aceleração inflacionária. De acordo com o coordenador dos índices de Preços do Ibre/FGV, André Braz, o que puxou a alta do IGPM no mês de outubro foi o minério de ferro e a alta do diesel – este último resultado não leva em conta o reajuste de 9,15% no diesel e de 7,04% na gasolina, anunciados no dia 25/10 pela direção da Petrobrás, e que contribuirão para a aceleração da taxa do IGP-M.
“A queda menos intensa registrada no preço do minério de ferro (-21,74% para -8,47%) e o aumento do preço do Diesel (0,00% para 6,61%), que neste caso, ainda não levou em conta o reajuste anunciado no dia 25/10, contribuíram para a aceleração da taxa do IGP-M”, disse André Braz.
Por ter se descolado da realidade dos brasileiros, o IGP-M tem sido questionado no Congresso Nacional, que já debate um projeto de lei que retira o IGPM do índice oficial de referência de reajuste de contratos de aluguel e coloca no lugar o IPCA, que hoje acumula 10,25% em 12 meses.
Para os parlamentares, não faz nenhum sentido manter os aluguéis atrelado a um indicador cujo maior parte da sua composição tem como referência os preços internacionais das commodities, que vão de petróleo e seus derivados até fertilizantes, café, tomate, etc…, produtos que flutua conforme o dólar e ficam à mercê dos especuladores.
Composição do IGP-M
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), possui peso de 60% na composição do IGP-M. Em outubro, o indicador subiu 0,53%, após queda de 1,21% em setembro. O principal motivo para alta está no subgrupo “combustíveis e lubrificantes para a produção”, cujo percentual disparou de 0,02% para 5,29%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), compõe o peso de 30% no IGP-M. Este medidor variou 1,05% em outubro, ante 1,19% em setembro. A pressão partiu do grupo Habitação, puxado pelas altas nos preços da tarifa de eletricidade residencial (2,90%), passagem aérea (22,84%), tomate (20,93%), gasolina (2,05%) e o botijão de gás (3,61%).
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 0,80% em outubro, ante 0,56% em setembro.
Além do aluguel e dos combustíveis, o gás de cozinha e a energia elétrica também estão com os preços dolarizados corroendo a renda do brasileiro, e com aval do governo Bolsonaro.