Jair Bolsonaro foi à reunião do G20 e mentiu para as lideranças dos demais países dizendo que seu governo impulsionou a vacinação no Brasil e que o país está crescendo economicamente, mesmo que tenha sabotado a vacinação e causado uma violenta crise econômica.
Além disso, atacou a Petrobrás, empresa dos brasileiros.
Bolsonaro, que é rejeitado por mais da metade dos brasileiros, disse aos líderes que conta com um forte apoio popular.
Em uma conversa com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, Jair Bolsonaro mentiu escandalosamente sobre a retomada da economia, o apoio da população ao seu governo. Disse que a Petrobrás é um “problema” e criticou a pressão da imprensa.
“A economia voltando bem forte”, falou.
Entretanto, todos os estudos mostram que a retomada econômica está entre as mais lentas do mundo, principalmente porque o governo se recusou a combater a pandemia.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a variação do PIB brasileiro será a menor entre todos os países do G20. Enquanto a Índia crescerá durante o ano 8,5%, a China 5,6%, o Brasil crescerá apenas 1,5%.
O Brasil também perde para a Argentina, com 2,5%, Rússia, com 2,9%, e Estados Unidos, com 5,2%.
Ainda durante a conversa, Bolsonaro disse que a “Petrobrás é um problema. Mas nós estamos quebrando monopólios, com uma reação muito grande. Há pouco tempo era uma empresa de partido político”.
Seu governo optou por seguir uma política de preços para a empresa estatal que penaliza os brasileiros, fazendo com que paguem pelos combustíveis produzidos no Brasil o mesmo preço que pagariam por combustíveis importados. Depois do aumento mais recente, a gasolina passou a custar R$ 9 em algumas cidades do Norte.
Jair Bolsonaro ainda tentou enganar Erdogan falando que “tenho um apoio popular muito grande”. Segundo a pesquisa Datafolha, seu governo tem a rejeição de 53% dos brasileiros e este é o pior momento de sua popularidade até agora. Mas não só o Datafolha. Exame/Idéia, PoderData, Quaest e outros institutos registram alta da reprovação de Bolsonaro.
Em seu discurso na reunião do G20, Jair Bolsonaro falou que se “comprometeu com um programa extensivo e eficiente de vacinação, em paralelo a uma agenda de auxílio emergencial e preservação do emprego para proteção dos mais vulneráveis”.
Ele escondeu das lideranças estrangeiras sua sabotagem às vacinas e que seu governo recusou dezenas de ofertas de vacinas, como as da Pfizer, que teriam adiantado em muitos meses a vacinação no Brasil.
Não falou também que ele próprio, que não se vacinou, dá declarações negacionistas para tentar desestimular a população a tomar vacina. É o caso de quando, por exemplo, ele disse que as vacinas podem causar AIDS.
Leia a conversa de Bolsonaro com Erdogan, presidente turco, que ouviu as lorotas de Bolsonaro:
Erdogan – Como está a situação atual hoje no Brasil, senhor presidente?
Bolsonaro – Tudo bem. A economia voltando bem forte. A mídia como sempre atacando, estamos resistindo bem. Não é fácil ser chefe de Estado em qualquer lugar do mundo.
Erdogan – O Brasil tem grandes recursos petrolíferos
Bolsonaro – Tem, tem
Erdogan – Petrobras
Bolsonaro – Petrobras é um problema. Mas estamos quebrando monopólios, com uma reação muito grande. Há pouco tempo era uma empresa de partido político. Mudamos isso.
Erdogan – E quando é a eleição?
Bolsonaro – Daqui a 11 meses
Erdogan – Significa que o senhor tem bastante coisa ainda para fazer
Bolsonaro – Eu estou bem. Também tenho um apoio popular muito grande. Temos uma boa equipe de ministros. Não aceitei indicação de ninguém. Foi eu que botei todo mundo. Prestigiei as Forças Armadas. Um terço dos ministros [é de] militares profissionais. Não é fácil. Fazer as coisas certas é mais difícil.