Enquanto se esquiva das multas pela péssima qualidade de serviços, a multinacional espanhola Telefônica, dona Vivo, alcançou lucro líquido de R$ 1,098 bilhão no primeiro trimestre de 2018. O resultado é 10,2% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, conforme divulgado pela companhia na quarta-feira (25).
Segunda empresa mais reclamada no Brasil de acordo com o ranking do Procon, os resultados financeiros da companhia vão muito bem, apesar da recessão econômica que vitimiza empresas produtivas e a população. Para manter sua margem astronômica de lucro – além do investimento zero nas redes de telefonia fixa, móvel e internet – a companhia negocia acordos bondosos com a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações.
A Agência ofereceu à Telefônica trocar os R$ 2,7 bilhões em multas por supostos investimentos em redes e serviços, o que já configura impunidade. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), como é chamada a isenção de multas em favor de “investimentos”, já em fases finais de negociação, foi recusado pela empresa porque boa parte das suas dívidas estão prescrevendo ao final deste mês.
A prescrição ocorreria por conta da procrastinação do Conselho Diretor da Anatel em julgar em segunda instância os recursos dos processos abertos contra a operadora por ter descumprido regras de atendimento e de qualidade na prestação da telefonia fixa.
Na quarta-feira (25), a operadora declarou que não houve desistência por sua parte em relação às negociações com a Anatel, mas que vai continuar questionando as condições da TAC, e assim prolongar ainda mais o não pagamento das multas.
PRISCILA CASALE