Carta aberta assinada por 500 deputados ingleses, franceses e alemães de diversos partidos conclamou o Congresso dos EUA a não permitir que o acordo nuclear com o Irã (JPOA, na sigla em inglês), assinado após 13 anos de discussões e em vigor, seja abandonado pelo governo Trump “sem que haja a mínima evidência de que o Irã não esteja cumprindo suas obrigações”.
De acordo com a carta, o acordo permitiu “escrutínio sem precedentes sobre o programa nuclear iraniano, desmantelamento da maior parte de suas instalações de enriquecimento nuclear e reduziu drasticamente o risco de uma corrida de armas nucleares” na região, sendo que “nenhuma gota de sangue foi derramada”.
A carta também rebate as alegações de Trump de que o acordo está cheio de falhas e nem deveria ter sido assinado. “Os controles não cessarão após os dez anos do acordo” e Teerã “continuará sujeita aos limites do tratado de Não-Proliferação, que continuará a limitar o enriquecimento”.
“Em curto prazo, o abandono do acordo significará o fim dos controles sobre o programa nuclear do Irã”, resultando em outra fonte devastadora de conflito no Oriente Médio, advertem os parlamentares europeus. Mas – apontam – o risco mais sério provém “do duradouro dano à nossa credibilidade como parceiros internacionais em uma negociação e, mais geralmente, à diplomacia como ferramenta para alcançar a paz e assegurar segurança. Abandonar o acordo diminuiria o valor de quaisquer promessas ou ameaças feitas por nossos países”.