
Insatisfeitos com promessas não cumpridas pelo governo Bolsonaro, policiais federais fizeram protestos em vários estados nesta terça-feira (16).
Os atos, organizados por entidades de delegados, peritos e agentes da PF, marcam o Dia do Policial Federal.
Em Brasília o protesto aconteceu em frente à sede da PF. “Esse governo prometeu nos valorizar e nesse período só tomamos porrada. Salários congelados, perdemos benefícios previdenciários, perdemos com a PEC Emergencial. Cadê a valorização prometida?”, disse Edvandir Paiva, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal.
“A promessa do governo era de valorizar o servidor pelo trabalho que realiza. No primeiro ano, recebemos o tombo da reforma da previdência, depois tivemos o congelamento de salário por sabe-se lá por quantos anos. As nossas diárias para viagem estão há 12 anos sem alteração. Nenhum desses compromissos foram cumpridos”, ressaltou.
Segundo o diretor regional da Associação dos Delegados da Polícia Federal em Mato Grosso, Cristiano Nascimento dos Santos, no seu dia, “os policiais não têm motivos para comemoração”.
“Protesto por só termos perdido direitos, por colocarem o elemento humano da polícia em segundo plano, por terem sido eleitos com a bandeira da segurança pública e terem desvalorizado quem a faz todos os dias, por não termos seguro de vida, entre outras coisas”, afirma Cristiano.
Para Cristiano Nascimento, “o sentimento” da categoria, “hoje, é de indignação e insatisfação com a postura do governo federal, que não honrou as promessas que fez em sua campanha, no sentido de valorizar a PF”.
“Nos últimos anos, perdemos direitos, tivemos salários reduzidos”, afirma Cristiano.
Ele conta que no ano passado, no Dia do Policial Federal, o governo prometeu valorização e reconhecimento do trabalho prestado pelo policial federal e “um ano depois, nada de concreto foi efetivado”.
“Por isso, hoje ocorrem protestos em todas as unidades da Polícia Federal pelo país. O policial, seja delegado, escrivão, agente, perito até agentes administrativos não têm seguro de vida, não tem plano de saúde de autogestão, apesar de ele ser obrigado por lei a colocar a sua própria vida e saúde em risco para proteger a sociedade e o patrimônio público”, diz Cristiano.
Também participaram dos atos a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) e Sindicato dos Delegados de Polícia Federal (Sindepol).