Governo se alia ao vírus e rejeita exigir vacina de estrangeiros que entram no país

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Marcelo Camargo - Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, assim como Jair Bolsonaro, é contra a exigência de comprovante de vacinação para estrangeiros que queiram entrar no Brasil.

Em coletiva de imprensa, Queiroga falou que “não se pode discriminar pessoas entre vacinadas e não vacinadas e, a partir daí, impor restrições. Até porque as vacinas não impedem totalmente a transmissão do vírus”.

O que o governo está fazendo é “discriminar” quem fez suas obrigações e tomou vacina para se proteger e proteger os outros.  

Todos os países impõem restrições quando se trata de salvar a vida de seus habitantes, menos Bolsonaro que não se importa com a vida dos seus cidadãos.

“O presidente [Bolsonaro] ainda há pouco falou: ‘às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade’. São direitos fundamentais e o nosso compromisso é com isso”, continuou.

Trata-se de uma mentira de Bolsonaro, pois ele nunca respeitou a liberdade de ninguém e sempre defendeu a ditadura. E ele só diz que “é melhor perder a vida”, porque, na verdade, não é a vida dele que está em jogo e, sim, a vida dos outros que se encontra sob risco por conta de seu negacionismo doentio, que já provocou a perda de mais de 616 mil vidas.

Na entrevista, ladeado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e o Advogado-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, Marcelo Queiroga anunciou que só irá exigir dos que entram no Brasil um teste RT-PCR negativo e uma quarentena de cinco dias.

Ele não deu detalhes sobre onde a quarentena seria cumprida. A propósito, fica a pergunta: a quarentena não já era uma restrição que Bolsonaro condenava na pandemia? Não é mais educativo, eficaz e mais barato pedir o passaporte da vacina?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a exigência de comprovante de vacinação para quem entra no Brasil como forma mais eficiente de trazer segurança para o país em relação à variante ômicron.

A orientação foi endossada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Marcelo Queiroga, a mando de Jair Bolsonaro, ignorou a Anvisa e os dois órgãos de saúde.

O ministro da Saúde disse que quer fazer do Brasil o “paraíso do turismo internacional”.

Disse, ainda, que o Brasil está recebendo o reconhecimento internacional por “políticas públicas muito eficientes no enfrentamento à pandemia de Covid-19 com preservação de empregos”. De onde vem esse “reconhecimento” ele não informou.

Também não comentou o fato do Brasil estar entre os piores países no número de mortes por habitante e não falou que o pais tem o dobro de desemprego do que a média mundial e está com a maior taxa entre todos os países do G-20.

ORLANDO E ELIZIANE

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que “a pulsão de morte de Bolsonaro não tem fim. Nem com apelos formais e públicos de órgãos técnicos e especialistas ele adotou o passaporte da vacina”.

“É o instinto homicida que se impõe. Ele pagará por crimes contra a Humanidade”.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que a decisão do governo Bolsonaro de não exigir a vacinação de estrangeiros que entram no Brasil é “lamentável”.

“Quando vão ao exterior, brasileiros precisam mostrar que estão vacinados, mas aqui, “em nome da liberdade”, se deixa as portas abertas para o coronavírus e coloca em risco a população”, denunciou.

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