O Brasil continua praticando um dos juros reais mais altos do mundo, apesar das virtuais reduções da taxa básica (Selic), tidas como méritos da equipe econômica de Temer.
Agora, para continuar garantindo os ganhos do setor rentista com a política, o presidente do Banco Central (BC), o banqueiro Ilan Goldfajn, afirmou que para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária, é esperada “uma redução na magnitude da flexibilização monetária”, ou seja, nada de redução dos juros.
“Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária”, disse Gondfjn em linguagem técnica durante palestra na Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente em 8,25% ao ano, a Selic permanece em um patamar muito distante do razoável. Isso porque, ao descontar a inflação projetada para o ano – de 3,3% ao ano -, o que se revela é que a taxa real de juros do país é de 4,76%, longe das taxas negativas praticadas pela maioria do país e uma três maiores do mundo. Para a indústria, já combalida com a recessão, o investimento se torna praticamente inviável.
Enquanto se propagandeia a redução da taxa, o setor público gastou com juros R$ 271,078 bilhões, o equivalente a 6,26% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a agosto deste ano.