A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio (CNC), divulgada na quarta-feira (4), indicou que o endividamento das famílias brasileiras cresceu na passagem de agosto para setembro, atingindo 58,4%, o maior patamar em sete anos. Uma alta de 0,4 ponto percentual na comparação com agosto (58,0%). Em relação a setembro de 2016, quando o indicador alcançava 58,2% do total de famílias, também houve alta.
Desse total de endividados, a proporção de famílias com contas em atraso foi de 25%, o maior patamar desde 2010, no mês anterior atingia 24,6%.
Na avaliação do economista da CNC Bruno Fernandes, “a manutenção das altas taxas de juros e a instabilidade do mercado de trabalho ampliaram o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso, tanto na comparação mensal como na anual”.
Vítimas da política das taxas de juros extorsivas e dos cortes e desvios do dinheiro público para pagar juros aos bancos, as famílias brasileiras sofrem com o desemprego, a precarização do trabalho, a redução de salários, a supressão de direitos, entre outros muitos males, numa sucessão de adversidades que mantêm o endividamento e aumenta a inadimplência como ocorreu em setembro.
Segundo Marianne Hanson, economista da CNC, “os indicadores de inadimplência da pesquisa permanecem elevados. A taxa de desemprego bastante alta ajuda a explicar a maior dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o maior pessimismo em relação à capacidade de pagamento”.
Para 76,4% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito, com seus juros de escorcha, permanece como a principal forma de endividamento, seguido dos carnês (16,2%) e crédito pessoal (10,3%).