
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, colocou funcionários do banco para fazer flexões durante um evento de fim de ano da instituição na última terça-feira (14) em um hotel em Atibaia, no interior de São Paulo.
As imagens viralizaram na web, geraram repercussão negativa e provocaram reação de entidades de classe, como o Sindicato dos Bancários de São Paulo, que classificou a prática como assédio moral.
O evento “Nação Caixa” aconteceu no Hotel Bourboun, uma hospedagem luxuosa na cidade, e reuniu cerca de 350 dos principais executivos do banco e 50 lotéricos e correspondentes. Nas imagens que circulam nas redes sociais, Pedro Guimarães chama os funcionários para que se posicionem para a flexão e começa a contar os movimentos.
Em outro vídeo, o chefe da Caixa ainda pede para servidores darem ”estrelinha”, movimento feito por atletas da ginástica artística, que estavam no local.
JUSTIÇA
O Sindicato dos Bancários de São Paulo prepara, junto com outras entidades representativas, uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) “na qual serão elencados todos os relatos de assédio moral que estão sendo praticados institucionalmente na Caixa”.
Em nota, o sindicato critica o que chama comportamento abusivo do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, “sob ordens do governo federal”. Segundo o sindicato, “o mais recente episódio de assédio moral” cometido por Guimarães aconteceu no evento, onde o presidente pôs funcionários para fazerem flexões.
“O alto escalão da Caixa, diretores e vice-presidentes, foram constrangidos para fazerem flexões no palco do evento, que ainda contou com palestra do coronel da reserva e assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Adriano de Souza Azevedo, reforçando a tônica militar presente em outros momentos do Nação Caixa. A cena das flexões foi repetida também por boa parte dos gestores na platéia”, diz trecho da publicação.
O sindicato também declara que a gestão de Guimarães é repleta de “sobrecarga de trabalho, assédio moral e ameaças de descomissionamento”.
“Essa é a ‘cultura institucional’ que Pedro Guimarães quer para a Caixa e seus empregados. Uma ‘cultura’ autoritária, baseada no assédio moral, no constrangimento, na humilhação. Um empregado com alto cargo, submetido a este constrangimento, passa a entender que este é o método de gestão que a chefia espera que ele aplique aos seus subordinados. E, dessa forma, a gestão pelo medo vai se alastrando por todos os níveis hierárquicos”, enfatiza o diretor do Sindicato e empregado da Caixa, Dionísio Reis.