O ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, reiterou em novo depoimento à Polícia Federal, realizado dia 6 de abril, que a empreiteira pagou R$ 5 milhões ao senador Romero Jucá (RR), presidente do PMDB nacional e líder do governo no Senado.
Segundo o ex-diretor, o dinheiro não foi destinado somente em razão do apoio do senador à aprovação da medida provisória 627, de 2013, que garantiu vantagens fiscais para empresas que atuavam no exterior, como a Odebrecht. Melo Filho disse que o repasse foi definido por Marcelo Odebrecht e reflete a “importância política” de Jucá e “sua histórica relação com a empresa”.
O inquérito contra Jucá foi aberto em 2017, a pedido do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base nas informações reveladas na colaboração premiada de ex-executivos da empreiteira.
Eles contaram que Marcelo Odebrecht negociou a edição da medida provisória diretamente com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Posteriormente, houve a atuação no âmbito do Congresso Nacional com o intuito de realizar ajustes na legislação no momento da conversão da medida provisória em lei.
“Nesse contexto, relatam os colaboradores o pagamento de R$ 5 milhões ao Senador da República Romero Jucá, que afirmava falar em nome também do Senador da República Renan Calheiros”, aponta o MPF.
Cláudio Melo Filho lembrou ainda que o senador solicitou apoio financeiro para a eleição de 2014, destacando o apoio que havia dado no Congresso Nacional “a temas relevantes de interesse do grupo Odebrecht”.