A Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução que condena o nazismo, o neonazismo e todas as formas de racismo, que foi co-patrocinada pela Rússia. Os dois únicos países do mundo a votarem contra foram os Estados Unidos e a Ucrânia
Com 130 votos a favor, foi aprovada a resolução sobre “O combate à glorificação do nazismo, do neonazismo e de outras práticas” que contribuem para o racismo, a xenofobia e a intolerância, anunciou quinta-feira a missão permanente russa na ONU.
Moscou apresentou a moção anualmente, nos últimos anos, e Washington e Kiev se opuseram sistematicamente.
Patrocinada pela Rússia e mais de 30 outros membros da ONU, a resolução expressa preocupação sobre qualquer forma de glorificar o nazismo, incluindo a montagem de monumentos e realização de paradas públicas em homenagem às Waffen SS – unidades de combate dentro do exército da Alemanha nazista – ou declarando-os movimentos de libertação nacional, entre outras coisas.
Há muito que Moscou discorda da Ucrânia e dos três países bálticos – Estônia, Lituânia e Letônia – que cultuam indivíduos e organizações afiliadas à Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
A resolução também insta os Estados membros a “eliminar todas as formas de discriminação racial por todos os meios apropriados, incluindo legislação”, e afirma que a discriminação com base em raça, etnia, religião ou crença, como “neonazismo, islamofobia, cristianofobia e anti-semitismo” prejudica não apenas os grupos-alvo, mas a sociedade em geral.
Sob pressão dos EUA, 46 países se abstiveram – inclusive alguns que, ao vivo e a cores, estiveram sob as garras do nazifascismo e sua barbárie – fingindo não saberem o significado do “Arbeit macht frei” que saudava os que chegavam aos campos de concentração.
Desde o golpe CIA-neonazis na Praça Maidan, em 2014, símbolos nazistas, marchas de tochas e exaltação de colaboracionistas passaram a fazer parte do cotidiano da Ucrânia, o que também se expressa agora no voto solitário ao lado de Washington.
Progromistas de polacos, judeus e soviéticos se tornaram seus ‘patriarcas da dependência’.
Durante o governo Trump, seu enviado à ONU inovou na defesa da glorificação do nazismo, argumentando que sua proibição entraria em conflito com a proteção da liberdade de expressão da Primeira Emenda na Constituição dos Estados Unidos.
Os EUA também acusaram Moscou de usar a resolução para promover “narrativas de desinformação” sobre o neonazismo nos países bálticos e na Ucrânia.