
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, criticou postura do governo federal com relação à vacinação das crianças que, apesar de autorizada pela Anvisa, ainda não foi iniciada por falta de dose.
Durante encontro na União Municipal dos Estudantes de São Paulo (UMES-SP), ele afirmou que o governo paulista entrou em contato com a fabricante do imunizante Pfizer, para acelerar a aquisição de imunizantes para crianças de 5 a 11 anos.
O secretário destacou a necessidade de luta para garantir as escolas abertas durante a pandemia e o retorno seguro às aulas. “Não paramos os nossos principais processos, mas ao mesmo tempo a gente foi muito forte e firme na busca pela vacina dos profissionais, na busca da vacina com os adolescentes. E agora eu estou brigando pela vacina das crianças sim”, ressaltou Rossieli.
O secretário informou aos estudantes que o governo paulista já realizou duas reuniões com a Pfizer, fabricante da vacina autorizada pela Anvisa para ser aplicada em crianças de 5 a 11 ano, nesta semana.
“Dissemos para eles que se o governo federal continuar com essa postura de não querer adquirir as vacinas, eles negociarão com o Estado de São Paulo. O governador [João Doria] também já disse que o que for necessário a gente vai bancar a compra das vacinas porque é um absurdo. É um absurdo a gente ter um Governo Federal com este posicionamento de novo”, destacou Rossieli.
INVESTIMENTO PERMANENTE NA EDUCAÇÃO
O encontro com os estudantes teve como principal foco as perspectivas para o ano de 2022 na Educação de São Paulo. Dentre os temas abordados estavam as Escolas em Tempo Integral, os avanços no pós-pandemia, mecanismos de combate à discriminação nas escolas e a necessidade da transformação do Programa Dinheiro Direto na Escola Paulista (PDDE) em uma política de financiamento permanente da Educação.

Rossieli Soares foi o primeiro secretário estadual de Educação a visitar casa dos estudantes da capital paulista. O diretor da UMES, Lucca Gidra, destacou os avanços conquistados no último período, com o avanço da Educação em Tempo Integral para mais de 2 mil escolas do Estado e o investimento de R$ 1,2 bilhão no PDDE, que transformou a estrutura das escolas estaduais paulistas.
Durante o encontro com o secretário, também foi discutida a campanha de alistamento eleitoral da juventude “Todo Estudante com Título na Mão” e o encontro de grêmios do Estado de São Paulo, a serem realizados no primeiro semestre de 2022.
Rossieli Soares afirmou que sua pasta está atenta para as dúvidas que estão surgindo com relação à pandemia, mas, a prioridade do Estado é que as escolas permaneçam abertas no ano que vem.
Ele disse ainda que a pandemia revelou que o ensino presencial não pode ser substituído pela educação a distância. “Não dá nem pra comparar. Isso é uma coisa que a gente aprendeu claramente e que as pessoas são muito sensíveis. A tecnologia veio para ficar também, mas para ser algo a mais, para agregar, não para substituir”.

Rossieli alertou que o índice de evasão no Ensino Médio é muito grande e precisa ser combatido. Segundo ele, 26% dos jovens não concluem os estudos. “Isso faz com que esse jovem tenha menos oportunidades ao longo da vida. Então nós precisamos brigar por isso! Ainda mais com tantas crises, com o governo federal que só gera desemprego, só gera negacionismo, só gera coisas ruins… Precisamos focar, para que inclusive não tenhamos mais um desgoverno como esse. Essa é nossa visão especialmente para 2022”.
Rossieli anunciou ainda aos estudantes presentes uma nova meta de ampliação das escolas de tempo integral para o ano de 2022. Segundo ele, o número de escolas estaduais nesta modalidade passará dos atuais 2.048 para mais de 3 mil escolas no próximo ano.
No encerramento do encontro, a diretoria da UMES entregou uma carta ao secretário de Educação de apoio aos investimentos do PDDE e defendeu que os recursos direto na escola transformem-se em política permanente de Estado.
“Quando Bolsonaro cortou da vacina, quando ele fez corrupção, ele sabotou também a Educação, isso é inadmissível ele fez nada para garantir o retorno às aulas seguras. Inclusive teve a verba parada lá no governo federal que poderia ter sido destinada para a reforma dentro das escolas”, disse Lucca.
“A gente tem visto aqui um programa da SEDUC, que vai em contramão disso, um programa que tem que ser modelo para todo Brasil, que é o PDDF. Nós temos muito receio que todas as conquistas que conseguimos aqui no estado de São Paulo não continuem, porque a gente sabe sobre a estrutura da nossa escola antes e depois da ideia. Vimos uma transformação na estrutura da escola, justamente por conta do PDDE e do baita investimento que foi feito. E a gente não quer voltar a ser, a gente não quer voltar para esse tempo”, ressaltou o dirigente estudantil.
