Leia abaixo artigo publicado por Artur Bueno de Camargo, presidente Coordenador Geral do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) e do Movimento BASTA!, em referência ao 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
O Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), em nome de suas 22 confederações nacionais, do setor público e privado, urbanas e rurais, e de aposentados, saúda toda classe trabalhadora brasileira pelo transcurso do Dia Internacional do Trabalho, que, infelizmente, aqui, no Brasil, será comemorado de forma muito diferente, pois nunca, num período tão curto, foram tantos os ataques aos nossos direitos e conquistas.
Vivemos os tempos mais sombrios para a classe trabalhadora.
A “nova” lei trabalhista, em vigor desde novembro do ano passado, ameaça retroagir o país ao período da escravidão.
De lá para cá, ao contrário do que seus apoiadores propalaram, o desemprego aumentou, o número de trabalhadores com carteira assinada diminuiu e a informalidade cresce de forma assustadora, com a precarização das relações de trabalho e o descaso com os direitos mais elementares que estavam consolidados há décadas na CLT.
Disseram que a Lei 13.467/17 surgiu para valorizar as negociações, mas o que estamos assistindo é uma tentativa do grande capital de acabar com as convenções e acordos coletivos de trabalho, já que a lei, agora, ficou em segundo plano.
Em seu lugar, tentam impor aos trabalhadores as formas mais precárias de contrato, como os intermitentes. Com base na “nova” legislação, já não pagam mais as horas in itinere e buscam reduzir o tempo das refeições para 30 minutos. O absurdo é tamanho que admitem a possibilidade, no próprio texto legal, das trabalhadoras grávidas e lactantes exercerem suas atividades desde que autorizadas pelo médico do trabalho contratado pela empresa.
Trata-se de uma verdadeira lei da escravidão, depois de terem aprovado as terceirizações sem restrição e ameaçado as aposentadorias e pensões.
Do outro lado da realidade, o setor financeiro e os grandes conglomerados industriais, nacionais e internacionais, amealham os maiores lucros da sua história e muitos deles participam do mais escandaloso e repugnante processo de corrupção de agentes políticos e públicos de nossa história.
O FST percorreu o Brasil no ano passado levando a palavra da RESISTÊNCIA! e pregando a insubordinação civil à aplicação de uma lei que veio também para impedir o acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho e para enfraquecer ou acabar com as organizações sindicais laborais.
Recentemente, no encontro do Fórum realizado em São Paulo no dia 17 de abril decidimos pela realização de um grande ENCONTRO NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA, em agosto, em Praia Grande (SP). Até lá, vamos continuar resistindo e denunciando os retrocessos do governo Temer patrocinados pela sua maioria venal no Congresso Nacional.
Além disso, criamos o Movimento BASTA!, do qual participam hoje quase uma centena de organizações sindicais e sociais, que, no último dia 24, em Brasília, decidiu estimular o lançamento de candidaturas comprometidas com a classe trabalhadora e o povo, apoiar a reeleição daqueles que defenderam nossas causas e rejeitar os que nos traíram, nas urnas de outubro próximo.
Essa é a prioridade total: unir todos os esforços, mobilizar todas as categorias e segmentos sociais numa única direção – MUDANÇA POLÍTICA JÁ!, para que possamos conquistar um governo e um parlamento integrado por pessoas comprometidas com um novo rumo para o Brasil. Chega de oprimir os que vivem de sua força de trabalho, de degradar as condições de vida da maioria da população e os serviços públicos em geral, de alienar nossas empresas e de agredir a soberania do país.
Esperamos e vamos lutar para que este 1º de Maio reacenda as esperanças na construção de uma Pátria justa, solidária, desenvolvida e soberana.
Viva a classe trabalhadora do Brasil!