Aumento vale a partir de quarta-feira (12). No ano de 2021, gasolina subiu 47,48% e o diesel 46,04%
A direção Petrobrás anunciou que aumentará a partir desta quarta-feira (12) os preços da gasolina e do diesel. O valor médio da gasolina vendida para as distribuidoras passará de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro, um reajuste de 4,85%. Já para o diesel, o aumento saltará de R$ 3,34 para R$ 3,61 o litro, alta de 8%¨.
A política desastrosa de atrelar os preços dos combustíveis cobrados no Brasil aos preços internacionais dolarizados do barril petróleo fez explodir os preços da gasolina, do óleo diesel e o gás de cozinha. A gasolina acumulou variação de 47,48% em 2021. No acumulado em 12 meses, o etanol subiu 62,23% e o diesel 46,04%. O gás de cozinha subiu cinco vezes a inflação do ano e chegou a R$ 130 o botijão.
Os preços cobrados aos brasileiros estão muito acima da capacidade de pagamento da população e também do custo de produção da Petrobrás. O governo, que prioriza a exportação de petróleo bruto, não investe – aliás não só não investe como se desfaz de seu parque de refino – em refinarias e o país fica cada vez mais dependente de importações. Os preços altos são fruto exatamente da pressão dos importadores de combustíveis.
Isto ficou claro na nota divulgada pela própria Petrobrás. “Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, justificou a empresa.
Tal política de preços está esfolando a população brasileira e gerando superlucros para os importadores e para os acionistas, em sua maioria estrangeiros, da Petrobrás. Ela foi responsável pela grave crise de abastecimento de 2018, que provocou a maior greve de caminhoneiros da história do Brasil. Este tipo de política, adotada por um país que é produtor de petróleo, não tem o menor cabimento. O Brasil poderia estar vendendo combustíveis muito abaixo desses preços e mantendo larga margem de lucro.
O Brasil, desde o governo Getúlio, sempre teve autonomia no refino de combustíveis e conseguiu atender à demanda interna desses produtos. Depois dos fatídicos programas de desinvestimento da Petrobrás e de sua política de privatizações, passamos a importar gasolina, diesel e querosene e a ficar a mercê da especulação internacional. O governo do Cazaquistão, outro país produtor de petróleo, acaba de cair exatamente por adotar política de preços idêntica a do Brasil. Lá também os preços dispararam.