Os partidos do Centrão que dão sustentação ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional, como PL, Progressistas e Republicanos, não firmaram apoio aos candidatos bolsonaristas e poderão apoiar opositores do governo em 2022 em pelo menos cinco Estados.
Os três partidos apresentaram resistência a apoiar os candidatos indicados por Jair Bolsonaro em São Paulo, Pernambuco, Ceará, Maranhão e Piauí.
Os quadros do “centrão” começaram a se aproximar de Jair Bolsonaro em 2020. Desde então, conseguiram cargos importantes no governo, como o Ministério da Casa Civil, hoje dirigido por Ciro Nogueira (PL).
Ainda assim, a impopularidade e a acelerada queda nas intenções de voto de Jair Bolsonaro assustam os dirigentes partidários, que se recusam a abandonar alianças com antibolsonaristas.
Quando negociava sua entrada no PL, Jair Bolsonaro pediu que o partido deixasse de apoiar o governo do PSDB em São Paulo e outras gestões de seus adversários, mas os membros da legenda continuam pressionando o presidente, Valdemar da Costa Neto, para serem liberados para apoiar candidatos de opositores do governo.
Os filiados também aceitam a possibilidade de ficarem neutros nas disputas de alguns governos estaduais.
Os dirigentes do PL em São Paulo querem apoiar para o governo do Estado o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que também tem o apoio de João Doria (PSDB).
Bolsonaro já falou que quer que ministros de seu governo sejam candidatos pelo PL. É o caso de Tarcísio Freitas (Infraestrutura), em São Paulo, Gilson Machado (Turismo), em Pernambuco, e Onyx Lorenzoni (Trabalho), no Rio Grande do Sul.
De acordo com um levantamento feito pelo Estadão, Jair Bolsonaro está atrasado na consolidação de palanques nos Estados. O jornal apurou que Bolsonaro tem 14 palanques estaduais, enquanto Lula tem 18.