Quase duas semanas depois da devastadora passagem dos furacão María por Porto Rico, o presidente Trump visitou San Juan, a capital do país, para cumprir uma corrida agenda de cinco horas em que foi incluído até uma desastrosa sessão em que o presidente ficou jogando rolos de papel higiênicos em cima das pessoas flageladas.
O presidente dos EUA – que levou apenas dois dias para visitar o Texas após o furacão Harvey e três para ir à Flórida após Irma – não anunciou medidas concretas de apoio e se concentrou em louvores pessoais, elogiando os esforços “incríveis” de sua administração na assistência às vítimas e nos primeiros passos da reconstrução das infraestruturas devastadas do país caribenho. Diante de uma cidade devastada, Trump até censurou o governo local pela dívida financeira que ele carrega e disse: “Eu odeio dizer-lhe isso, mas nós gastamos muito dinheiro em Porto Rico”
E foi uma sucessão de barbaridades. Na primeira reunião com representantes do governo logo que desembarcou do Air Force One, Trump disse que a situação havia “atrapalhado o orçamento” dos EUA”. Dias antes, no Twitter, tinha dito que “eles querem que façam tudo por eles”, falando sobre os porto-riquenhos. É bom relembrar que Porto Rico é um país colonizado pelos EUA, uma colônia disfarçada de “Estado livre associado”.
Depois, comparou o número de mortes no território aos “milhares” vitimados pelo Katrina, que destruiu Louisiana há 12 anos.
“Cada morte é um horror, mas se olharmos para uma catástrofe real como o Katrina e nos fixarmos nas centenas e centenas de pessoas que morreram (em Nova Orleans) e o que aconteceu aqui com uma tempestade que foi totalmente imponente… Quantos mortos vocês têm?”, perguntou, e logo respondeu: “dezesseis contra milhares”.
A declaração foi feita pouco antes das autoridades porto-riquenhas anunciarem o aumento do número de mortos de 16 para 34. Assinalaram ainda que o saldo pode crescer porque ainda há pessoas desaparecidas.
Quase duas semanas depois dos furacões atingirem a ilha, grande parte dos moradores continua sem energia elétrica e água potável, e a comida e gasolina estão em falta em meio a enormes danos à infraestrutura