Jair Bolsonaro cortou R$ 42,3 milhões que seriam destinados a obras em Santa Catarina e tem sofrido críticas e pressões de deputados, inclusive os aliados, para recompor o investimento.
Para o deputado Celso Maldaner (MDB-SC), os cortes do governo Bolsonaro são “uma vergonha para o Estado”.
“O povo está insatisfeito e vamos exigir a recomposição dessas verbas”, acrescentou.
O deputado Rodrigo Coelho (Podemos-SC) reclamou da ingratidão de Bolsonaro para com o Estado e seus apoiadores da região. “Bolsonaro teve em Santa Catarina mais de 70% dos votos, mas, infelizmente, não retribuiu em obras a expressiva votação recebida aqui”.
Os R$ 42 milhões eram destinados para obras em rodovias, entre elas a BR-470, a BR-280 e a BR-101. As obras nessas estradas são discutidas pelos catarinenses há anos.
Jair Bolsonaro argumentou que as verbas eram inconstitucionais e contrariavam o interesse público. Além disso, falou que o orçamento do Ministério da Infraestrutura deveria ser reduzido.
A bancada de deputados catarinenses tinha uma reunião com o ministro Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, para o dia 8 de março. Diante da crise, a reunião foi adiantada para 3 de fevereiro.
ELE CULPA O CONGRESSO
Bolsonaro reclamou da pressão que o Estado está fazendo após o corte e colocou a culpa no Congresso Nacional. “Parte da imprensa de Santa Catarina está batendo em mim porque eu cortei R$ 38 milhões do orçamento de Santa Catarina. Eu cortei R$ 3 bilhões do Brasil todo. O Parlamento fez um orçamento além da previsão de receitas, sou obrigado a cortar. Estão me esculhambando em Santa Catarina porque cortei R$ 38 milhões. Mas a gente vai recompor ao longo do ano porque tem excesso de arrecadação”.
Os senadores estão discutindo a derrubada dos vetos orçamentários de Jair Bolsonaro, que também atingiram a Educação, o Ministério do Trabalho e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Enquanto corta nas áreas sociais, Bolsonaro está propondo um montante de R$ 16,5 milhões no “orçamento secreto”, que serve para comprar votos no Congresso.
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação, afirmou que “se depender de mim, caem todos os vetos”.