Os dirigentes da Confederação Geral do Trabalho da Argentina lideraram, nesta sexta-feira, uma manifestação de milhares de pessoas pelo centro de Buenos Aires contra os aumentos abusivos – os chamados tarifaços – nos serviços públicos impostos pelo governo de Maurício Macri. “Devem achar que o povo aguenta qualquer coisa que eles façam”, criticou um dos dirigentes da CGT, Juan Carlos Schmid, que advertiu que os protestos “vão se aprofundar” nos próximos dias.
Schmid precisou que a marcha da sexta foi a primeira de uma série de ações que a CGT realizará “até o dia 22 de agosto, quando se realizará o Congresso da Confederação” para a eleição das autoridades que substituirão o atual triunvirato. “Vários sindicatos repetirão medidas como essa em diferentes lugares”, assinalou.
“Quando o ministro de Energia, Juan José Aranguren, nos diz que esses aumentos são para tirar o povo da pobreza parece que está nos tratando de babacas”, frisou.
Na quinta-feira, a central operária rechaçou o projeto de reforma trabalhista que foi apresentado ao Parlamento e expressou sua preocupação pela “insegurança econômica e social”. Informou ainda que seriam adotadas medidas contra as políticas de ajuste, como as desta sexta-feira.
Como se a situação não estivesse tão tensa, o governo de Macri na quarta-feira passada autorizou a entrada de tropas dos Estados Unidos sem a aprovação do Congresso Nacional. Isso ficou público com o fato consumado de que os ianques começaram a ingressar no país para realizar exercícios militares conjuntos.
Macri já tinha assinado o ano passado um acordo com a Guarda Nacional da Geórgia, que atua com tropas especiais do Comando Sul. Agora disse que se trata de membros da inteligência, e por isso não deve pedir nenhuma autorização.
E ainda há o agravante de que, em outubro e novembro passados, o governo passou por cima de uma proibição do Congresso de realizar as manobras navais Coromorán no Atlântico sul, com os Estados Unidos.