Preço alto de R$ 8,029 foi registrado na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro
O preço da gasolina ultrapassou R$ 8 reais pela primeira vez na história, segundo levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Na semana de 23 a 29 de janeiro, o litro da gasolina chegou a R$ 8,029 em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Em média, o preço da gasolina no país ficou em R$ 6,658 o litro e em cinco estados a média ultrapassou R$ 7,00. O menor preço foi encontrado em Carapicuíba (SP), a R$ 5,579 o litro.
O preço do litro do diesel teve o valor mais alto, de R$ 6,905, em Pindamonhangaba (SP), e o mais baixo, de R$ 4,599, em Mogi Guaçu (SP).
Com o preço dos combustíveis no Brasil atrelado ao preço do barril do petróleo no mercado internacional e ao dólar, com aval do governo federal, o resultado não podia ser outro. A tentativa de Bolsonaro colocar a culpa nos governadores pelo desastre de sua política, responsabilizando o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), caiu por terra mais uma vez. Os governadores congelaram o ICMS, mas o preço da gasolina não caiu para o consumidor.
Na quinta-feira, os 27 secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal decidiram prorrogar até 31 de março de 2022 o congelamento do ICMS sobre o preço final da gasolina, diesel e etanol, decidido inicialmente em 29 de outubro de 2021 com validade até 31 de janeiro.
Segundo os secretários, com o ICMS congelado, a partir de novembro do ano passado, o preço continuou subindo na bomba, “visto que os reajustes respondem agora à volatilidade das variações de câmbio e do preço do barril de petróleo, dado à adversa política de paridade internacional. Mesmo não sendo elemento determinante na formação dos preços, os Estados usam as forças do que lhes está à mão para cooperar com a estabilidade dos preços”.
Por meio do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal), os secretários “defendem a criação do fundo de equalização como forma de evitar que os reajustes do barril de petróleo no mercado internacional sejam repassados para o preço final dos combustíveis, como tem ocorrido, gerando os aumentos frequentes”.
INFLAÇÃO
Os preços dos combustíveis alavancaram a inflação no ano passado, que fechou o ano de 2021 com uma taxa de 10,06%, a maior alta acumulada no ano desde 2015 (10,67%). A gasolina teve um aumento de 47,49%, um dos principais impactos na inflação. Nas refinarias da Petrobrás, o aumento foi ainda maior: 77%.
Após promover inúmeros aumentos no preço da gasolina durante todo o ano de 2021, em 26 de outubro do ano passado a direção da Petrobrás reduziu em apenas R$ 0,10 o litro e da gasolina. Mas já no inicio deste ano, no dia 12 de janeiro, promoveu mais uma alta nas refinarias e novos aumentos estão previstos, já que o barril de petróleo está subindo no mercado internacional e chegou a US$ 90 dólar esta semana.