O investimento teve um aumento de 11,6% mas o crescimento de 2021 não cobriu a queda recorde de 8% do ano anterior sob a pandemia
Após uma queda recorde de 8% do PIB em 2020, a economia francesa, a segunda maior da zona do euro, registrou crescimento de 7% em 2021, o mais forte em 52 anos, superando as previsões do Instituto Nacional de Estatística (INSEE) e do Banco da França, que projetavam um crescimento de 6,7% para o ano passado.
A produção de bens e serviços tornou-se o principal motor do crescimento, com um aumento de 7,4%, depois de ter diminuído 8,5% em 2020, embora ainda não tenha recuperado o nível de 2019. O consumo interno sentiu as restrições na primeira parte do ano e fechou 2021 com um aumento de 4,8%, após uma queda de 7,2% no ano anterior.
Já o investimento ultrapassou o nível de 2019, marcando um aumento de 11,6%, diz o relatório preliminar divulgado na sexta-feira (28).
O comércio exterior continuou a se recuperar no ano passado. Mas, conforme o INSEE, as exportações e importações permaneceram, em média, em um “nível particularmente baixo em 2021”.
A recuperação econômica ocorre em um momento importante para o presidente francês, Emmanuel Macron. Ele deve concorrer a um 2º mandato nas eleições presidenciais de abril.
No quarto trimestre, no entanto, o PIB francês cresceu 0,7%, e no trimestre anterior registrou alta de 3,1%, em meio ao aumento das infecções por coronavírus, à intensificação dos problemas na cadeia de suprimentos e à alta da inflação.
“A economia francesa se recuperou de forma espetacular e isso aliviou a crise econômica”, disse o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, na TV France 2. “Ainda há alguns setores que passam por problemas, como turismo e hotéis, mas a maioria está se recuperando com força e isso está criando empregos”, assinalou Le Maire.
As empresas e os consumidores estão novamente tendo que lidar com restrições sanitárias mais rigorosas já que a França enfrenta sua quinta onda de Covid-19, que levou os níveis de novas infecções a níveis recordes.
Por isso, neste cenário não faltam problemas e o comportamento da economia nos próximos meses não tem previsão clara. Mas, o crescimento do PIB francês trouxe à tona a importância do investimento público para enfrentar a crise.
O Estado francês gastou quase 60 bilhões de euros em 2021 para atender demandas geradas pela pandemia, o que ajudou a alavancar a economia.
Para 2022, o governo estima que o crescimento pode ser de 4%, enquanto o Banco da França prevê 3,6%.