Como sempre Jair Bolsonaro não assume suas responsabilidades ao descumprir a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) de prestar depoimento à Polícia Federal na ação que apura o vazamento de inquérito sigiloso feito pelo mandatário em uma transmissão ao vivo, quando afirmou que a suprema Corte o persegue.
Nesta live, Jair Bolsonaro divulgou informações de um inquérito sobre uma invasão nos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sua intenção era tentar argumentar que as eleições de 2014 e 2018 tinham sido fraudadas para conseguir a aprovação do voto impresso no Congresso Nacional, que acabou rejeitando o projeto.
Bolsonaro decidiu faltar deliberadamente e jogou a culpa na orientação do Advogado-Geral da União (AGU), Bruno Bianco. A “decisão do advogado”, afirmou.
E acrescentou:
“É como um médico, né… Para mim, eu sigo as orientações. Porque, afinal de contas, melhor do que discutir, com todo respeito a vocês da mídia… Tem que discutir nos autos”, esquivou-se, afrontando uma determinação do STF.
Antes disso, o Supremo garantiu a Bolsonaro o direito de escolher o dia para o depoimento, mas ele não o fez. Depois de marcada uma data, deu prazo para que a defesa do mandatário recorresse, encerrado no dia 6 de dezembro, o que ele também não fez.
Bolsonaro já tinha concordado em depor no inquérito e na última hora escapuliu.
Minutos antes do horário previsto para a realização do depoimento, na sexta-feira (28), a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com um recurso pedindo a suspensão do depoimento. O ministro Alexandre de Moraes rejeitou o recurso.
Enquanto deveria estar prestando esclarecimentos à PF, Bolsonaro optou por caminhar pelas ruas de Brasília.
Para a delegada da PF Denisse Dias Ribeiro, responsável pelo inquérito, Jair Bolsonaro “teve atuação direta, voluntária e consciente no crime de vazamento”.