O ministro da Casa Civil e presidente licenciado do PP, Ciro Nogueira, informou aos dirigentes estaduais da legenda que estão liberados para produzir como quiserem suas inserções na TV, sem necessidade de apoiar o governo Bolsonaro, e fazer alianças com adversários do presidente nas eleições estaduais.
Em São Paulo, Ciro Nogueira está discutindo o apoio de seu partido ao vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que é o candidato de João Doria (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes.
Por conta da defesa da democracia e da vacinação contra Covid-19 feita por Doria, Jair Bolsonaro elegeu o governador paulista como um de seus principais adversários.
O ministro e o vice-governador se reuniram no meio de dezembro para discutir a aliança nas eleições.
Ciro Nogueira enviou aos dirigentes estaduais do PP uma mensagem afirmando que eles não precisarão apoiar Bolsonaro nas inserções na TV que acontecerão ao longo do semestre.
Durante o primeiro semestre do ano, o PP tem direito a 40 inserções de 20 minutos.
A notícia foi bem recebida por todos os que não querem vincular a imagem dos candidatos do PP a Bolsonaro e também nos Estados onde a legenda está promovendo alianças com a oposição ao governo.
O tempo de televisão do PP poderá ser destinado à pré-campanha dos candidatos nos Estados.
O deputado Ricardo Barros (PP-PR) disse que “se o PP de São Paulo decidir ir com o Rodrigo Garcia, o PP vai ceder o tempo para o Rodrigo Garcia. Se na Bahia, for com o PT, o tempo de TV vai para o PT. Cada Estado decide”.
Barros acredita que a mesma regra continuará valendo durante a campanha eleitoral.
“A orientação nacional é tentar alinhar com o candidato do Bolsonaro, mas orientação não é obrigação. A prioridade é aumentar a bancada. Cada Eestado fará composições para permitir eleger o maior número de deputados”, continuou.
Na Bahia, o PP conta com o vice-governador, João Leão, na gestão de Rui Costa, que é do PT. João Leão poderá sair candidato ao Senado Federal na chapa com Jaques Wagner, também do PT.
No Rio de Janeiro, o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (PP), tem dito que vai apoiar o candidato bolsonarista ao governo do Estado, Cláudio Castro, e Lula para a Presidência.
Ciro Nogueira confirmou a orientação dada aos Estados e disse que o partido não é obrigado a apoiar Bolsonaro nos Estados porque ele não é um filiado.
Jair Bolsonaro se filiou ao PL, de Valdemar da Costa Neto, sob acordo de que os quadros do partido que queriam apoiar outros candidatos seriam expurgados.
Costa Neto trocou presidentes em diversos lugares para conseguir que o PL apoiasse Bolsonaro. Em São Paulo, por exemplo, os filiados do partido tinham intenção de apoiar Rodrigo Garcia.