Funcionários públicos federais de diversas categorias realizaram mais um ato de protesto na manhã desta quarta-feira (2), dando continuidade ao calendário de lutas por reposição salarial e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32, de autoria do governo, que altera as regras e modifica a organização da administração pública.
Os servidores ameaçam uma greve geral para 9 de março, caso não haja nenhuma resposta do governo em relação às suas reivindicações.
O ato, organizado por entidades como o Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) e a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), teve início às 9 horas na Esplanada dos Ministérios, e prosseguiu na Praça dos Três Poderes e Anexo II da Câmara dos Deputados.
Os servidores pedem reposição salarial linear imediata de 19,99%, para todas as categorias, e exigem abertura imediata de negociação.
“Não há tempo a perder. Depois de vários anos com salário congelado só temos até abril, por causa do ano eleitoral, para conquistar alguma reposição emergencial que nos traga alívio financeiro”, diz nota divulgada pela Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef).
Sobre a PEC 32, as entidades que representam o funcionalismo público são unânimes em afirmar que “ela pode permitir a criação de milhares de vagas sem concurso público e põe em risco os serviços essenciais à população”, além de ser uma porta aberta para “aumentar a corrupção no Brasil”.
Depois de prometer aumento salarial apenas aos policiais federais, em dezembro, o que revoltou o restante dos servidores públicos que estão sem reajuste há 5 anos e desencadeou uma das maiores mobilizações da categoria nos últimos tempos, Bolsonaro agora tenta desconversar e, nas últimas semanas, vem afirmando que “não vai ter reajuste para ninguém este ano”, inclusive os policiais, e que conversou “com o pessoal sobre o Orçamento para o ano que vem”.
A promessa dele agora, de reajuste em 2023, é mais uma tentativa de amainar os ânimos dos servidores, pois, conforme uma alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal, feita no seu próprio governo, ele não tem como se comprometer com isso, já que é proibido qualquer ato que resulte em aumento da despesa de pessoal após o fim de um mandato.