Os parlamentares da CPI da Ciclovia ‘Tim Maia’, que investiga as responsabilidades pelos sucessivos desabamentos que ocorreram na via construída durante a gestão Eduardo Paes (PMDB), se reuniram novamente para ouvir o ex-conselheiro do CREA, Antonio Eulalio Pedrosa, além de professores da COPPE/UFRJ, Alexandre Landesmann e Gilberto Bruno Ellwanger.
De acordo com Antonio Eulalio, um somatório de erros foram encontrados na concepção do projeto, na construção e na fiscalização. Ainda segundo ele, a via ainda corre risco de desmoronar em outros trechos. Ele defende que as obras públicas sejam certificadas e aponta uma série de irregularidades, como falhas de concepção, fundações mal implantadas e falta de cobrimento, que afetarão a durabilidade e aumentarão o custo de manutenção da ciclovia.
O relator da CPI, vereador Dr. Jorge Manaia (SD), condenou a alegação de que a ciclovia caiu devido ao impacto de um fenômeno natural. “Culpar as ondas é uma justificativa simplista”, afirmou o parlamentar, acrescentando que “o problema foi a falta do estudo do impacto das ondas na estrutura. Ali, na região da Gruta da Imprensa, há um costão que permite às ondas subirem e atingirem a ciclovia. Também observamos problemas em vários pilares, inclusive na fixação no costão, e isso é extremamente grave. Temos que fazer um estudo bem detalhado para saber se esta estrutura é segura em toda a sua extensão e queremos saber quais medidas de engenharia poderiam ter sido tomadas para evitar a catástrofe.”
Participaram do evento os vereadores Renato Cinco (PSOL), presidente da comissão, Alexandre Isquierdo (DEM) e representantes das construtoras que construíram a via. Durante a reunião foi exposta uma planilha com os valores recebidos pelas empresas envolvida na obra. A empresa Casagrande Consultoria de engenharia, recebeu um montante no valor de R$ 584 mil.
Já o Consócio Contemat, formado pelas construtoras Concrejato e Concremat ganhou R$ 39,5 milhões para construir a ciclovia.