Não se sabe se é para rir ou para chorar. O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira Jr., que está à frente da privatização da estatal, encaminhou ofício, no último 14 de março, ao Ministério do Planejamento solicitando aumento de 46,6% em seus vencimentos, de R$ 52.355,71 para R$ 76.610,66.
Ele alegou em seu pleito que os salários na Eletrobrás estão congelados desde 2015, “fazendo com que os atuais valores praticados estejam bastante defasados”. Só para lembrar: ela ganha mais de 52 mil, livres. De acordo com a PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rendimento médio real do trabalhador, no trimestre de janeiro/março deste ano, foi de R$ 2.169,00.
O cara-de-pau apontou alguns aspectos que “fornecem subsídios” que justificariam o aumento. “Perfil corporativo – O objetivo social da Eletrobras é bastante desafiador e deixa clara a complexidade e robustez do seu portifólio, porte, representatividade e relevância para a infraestrutura elétrica nacional”.
“É importante registrar que a eventual privatização das distribuidoras da Eletrobrás faz com que os patamares remuneratórios passem a ser definidos pelos futuros controladores”, diz Ferreira Jr.
“A Eletrobrás, por ser listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), aos termos da legislação norte-americana, além de sua exposição reportada nos formulários aos investidores relacionados aos riscos do controlador, acionistas, controladas e coligadas, setores de atuação regulação, riscos socioambientais e de mercado”.
É mole?
VALDO ALBUQUERQUE