Resultado para o mês foi influenciado, principalmente, por alimentação e bebidas (1,11%), com destaque para o aumento no preço das carnes e frutas, segundo o IBGE. Em 12 meses, IPCA atingiu 10,38%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,54% em janeiro, maior resultado para o mês desde 2016. No acumulado dos 12 meses, o indicador oficial da inflação fechou em alta de 10,38%, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi influenciado, principalmente, por alimentação e bebidas, que na passagem de dezembro para janeiro acelerou para 1,11%.
“Foi a alimentação no domicílio (1,44%) que influenciou essa alta. Mais do que a alimentação fora do domicílio, que desacelerou de 0,98% para 0,25%. Os principais destaques foram as carnes (1,32%) e as frutas (3,40%), que embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, tiveram os maiores impactos nesse grupo, 0,04 p.p e 0,03 p.p, respectivamente”, explica o analista da pesquisa, André Filipe Almeida.
Além da alimentação e bebidas, mais sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em janeiro: Artigos de residência (1,82%), Vestuário (1,07%) e Comunicação (1,05%), Despesas pessoais (0,78%), Saúde e cuidados pessoais (0,36%), Habitação (0,16%), e Educação (0,25%). O único grupo em queda foi Transportes (-0,11%).
Porém, os preços dos combustíveis e energia elétrica, dolarizados, continuam corroendo o orçamento do consumidor brasileiro. Em doze meses, os preços administrados pelo governo acumulam alta bem acima da inflação: Etanol, 54,95%; Óleo Diesel, 45,72%; Gasolina, 42,71%; Gás de botijão, 31,78% e Energia elétrica residencial, 27,02%.
Nos noticiários já virou rotina a triste realidade das famílias que, sem renda e sem emprego, buscam alimentos descartados, restos de carcaça no caminhão dos ossos, em caçambas de lixo. Do outro lado, o governo não mediu esforços em transferir a riquezas do povo para o setor financeiro. Diante dos sucessivos aumentos dos juros básicos (Selic), os gastos do governo com juros da dívida pública subiram R$ 136 bilhões em 2021. Segundo o próprio Banco Central (BC), a transferência de recursos públicos para pagamento de juros passaram de R$ 312,4 bilhões em 2020 para R$ 448,3 bilhões no último ano.