O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, recentemente filiado ao PSB, anunciou que não será mais candidato à Presidência da República. Ele alegou motivos estritamente pessoais para tomar esta decisão. “Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão”, disse ele.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, lamentou que o desfecho tenha sido este. “Acolhemos a decisão com muita serenidade, respeitamos a decisão dele. Está dentro do nosso combinado. Sabíamos que ele estava dividido internamente. Ele se decidiu e agora a vida continua. Vamos para frente de outra forma”, afirmou. Em nota, o PSB afirmou que a deliberação de Barbosa foi pessoal e que segue buscando alternativas que contemplem “os amplos clamores populares”.
Entretando, em nossa opinião, houve outro problema. Em entrevista, feita há alguns dias à colunista do Estadão, Sonia Racy, divulgada pela Revista Exame, Joaquim Barbosa causou desconforto no PSB ao afirmar que, se eleito, manteria Pedro Parente à frente da Petrobrás. O PSB, o contrário do que disse Barbosa, vem criticando duramente a política entreguista praticada por Pedro Parente desde que assumiu a presidência da Petrobrás. Certamente, além da posição pessoal do ex-ministro, esse desconforto deve ter pesado também em sua decisão de desistir de se candidatar.
Pedro Parente é hoje um dos principais defensores dos interesses das multinacionais do petróleo no Brasil. Ele age como um lobista dos interesses estrangeiros e está cumprindo um papel de sabotador da estatal. Vende as subsidiárias da Petrobrás a preços aviltados e está entregando diversos campos de petróleo, inclusive no pré-sal, para o cartel.
Parente comanda um plano, batizado de “desinvestimento”, que, diga-se de passagem, iniciou-se no governo Dilma, de esquartejamento da Petrobrás. O tucano já havia causado, na década de 1990, durante o governo FHC, um grande prejuízo è empresa ao vender ações da empresa na Bolsa de Nova Iorque a um preço que era um décimo de seu valor. Parente chegou a ser denunciado ao Ministério Público pelos funcionários pelo prejuízo que causou à Petrobrás e ao país. A denúncia foi feita à época pela Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet).
S. C.