O advogado de Flávio Bolsonaro no processo das rachadinhas, Rodrigo Roca, ganhou o cargo de secretário Nacional do Consumidor, no Ministério da Justiça, depois de conseguir atrasar a condenação do “01”.
Na chefia da Secretaria, que agrega os Procons, Ministério Público, Defensoria Pública e delegacias de Defesa do Consumidor, a missão de Rodrigo Roca será elaborar argumentos jurídicos para derrubar o “passaporte da vacina”.
Apesar do boicote e sabotagem do governo de Jair Bolsonaro, os governos estaduais e prefeituras ao redor do país têm aprovado leis para que seja exigido o comprovante de vacinação para que a pessoa entre em eventos e locais fechados.
O governo Bolsonaro, mais interessado em defender os que se recusam a se vacinar do que proteger a população do risco de ser infectado pelo coronavírus, tem agido de maneira a tentar barrar a iniciativa.
Para argumentar que o advogado de Flávio Bolsonaro é qualificado para assumir a Secretaria, o governo levanta sua curta passagem no Procon do Rio de Janeiro, em 2013.
Ele foi indicado para o cargo três meses depois de conseguir a anulação de todas as decisões do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio, no processo das rachadinhas de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O processo mudou de instância, pelo entendimento que Flávio tem foro privilegiado, e voltou para a estaca zero.
Rodrigo Roca já foi advogado de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro cujas condenações ultrapassaram 390 anos de prisão.
Também defendeu Carlos Alberto Brilhante Ustra, ídolo de Jair Bolsonaro, um dos torturadores mais sanguinários da ditadura no Brasil.
No final de 2021, assumiu a defesa de oito militares que foram condenados pelo assassinato do músico Evaldo dos Santos Rosa e do catador Luciano Macedo. Os militares dispararam, sem nenhum motivo, 257 tiros contra o carro em que o músico se encontrava.
RACHADINHA
Flávio Bolsonaro organizou, com a ajuda de seu pai, Jair Bolsonaro, um esquema criminoso dentro de seu gabinete da Alerj, quando era deputado estadual.
Ele indicava amigos e familiares para cargos em seu gabinete com a condição deles devolverem parte do salário. Quem recolhia o dinheiro era Fabrício Queiroz, amigo pessoal de Jair e assessor de Flávio.
Fabrício repassava o dinheiro para seu patrão, Flávio, tanto em dinheiro vivo como pagando suas despesas, como a mensalidade de suas filhas. Flávio comprou imóveis em dinheiro vivo. Parte dos valores era lavado em uma loja de chocolates cujo proprietário era o próprio Flávio.