Um filme marco da história do cinema chinês, ‘A Batalha do Lago Changjin’, é o tema do Meia Noite em Pequim desta semana, na TV Grabois, com o pesquisador e escritor Elias Jabbour.
Nos últimos 20 anos a China constituiu uma poderosa indústria cinematográfica que, se não passou Hollywood, vai passar, ele destaca.
‘A Batalha do Lago Changjin’, que mostra a China frente aos EUA na Guerra da Coreia, já teve a maior arrecadação da história, passou de US$ 840 milhões. A China instituiu uma reserva de mercado em seus cinemas para os filmes nacionais.
Esse filme tem uma particularidade: chega num momento em que os americanos ampliam seu cerco à China – cerco ideológico, político, militar e econômico – e isso tem mexido muito com os brios do povo chinês.
Jabbour relembra quando, em 2004, ao visitar a China pela primeira vez, observou que grande parcela da classe média chinesa gostava dos Estados Unidos e o tinha como modelo de vida.
Os americanos, ao partirem para uma ofensiva deliberada contra a China, jogam o povo chinês contra os Estados Unidos, a começar pela juventude chinesa, ele enfatiza.
Esse filme chega para contar a história de uma batalha decisiva na Guerra da Coreia.
Essa Guerra, que pouca gente comenta hoje, foi uma das mais sangrentas e absurdas da história. Há cálculos que mostram que, sobre a Coreia Popular, caíram bombas equivalentes em poder destrutivo a 10 bombas de Hiroxima e Nagasaki.
A capital Pyongyang foi devastada até à última pilastra e o general McArthur, que era o comandante das tropas americanas, aventou a hipótese de jogar bombas nucleares nas regiões industriais da China.
Uma história que precisa ser contada: a China monta um exército de voluntários para enfrentar essa invasão americana, que se aproxima da China. Os americanos foram obrigados a recuar. Tiveram que sentar à mesa e assinar um armistício. Foi a primeira derrota da tropa americana na história do seu exército.
Para quem quiser entender a política externa e interna da Coreia Popular, entender o que foi essa guerra é muito fundamental.
Um conceito de Mao, a Guerra Popular Prolongada: a China está ocupada pelo Japão, que é muito mais forte que nós, só que eles serão derrotados.
Ao mostrar um exército chinês muito movido na base da ideologia, da força de vontade, contra um exército de altíssimo nível tecnológico, com aviões, com bombas de último calibre, mostra que a China hoje está passando por uma situação semelhante.
O país mais poderoso, o país mais rico, o país mais armado do mundo, parte para um cerco à China, que o Xi Jinping sabe que é mais fraca do que os Estados Unidos, mas ele sabe que lá na frente está a vitória.
Quem quer entender como funciona hoje a alma do povo chinês em relação a essa ameaça externa, tem que ver a ‘Batalha do Lago Changjin’.
Elias Jabbour é professor dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Econômicas e em Relações Internacionais da UERJ.
Não foi bem assim não. Deixa o entusiasmos vermelho de lado e faça uma análise mais real dos fatos .
É mesmo? Então, como é que foi? Não é à toa que você não fala nada sobre o assunto. Porque até o Jackie Chan, que não é nenhum comunista, acha que foi assim. E foi mesmo.