Após a decisão do governo gaúcho de vender 49% das ações do Banrisul (Banco do Estado do Rio Grande do Sul), dirigentes do SindBancários se mobilizaram para criar a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos.
No dia do anúncio da venda da Banrisul, na última quinta-feira (5), os dirigentes do SindBancários se dirigiram à frente da sede da direção geral do banco público estadual, no Centro Histórico de Porto Alegre, para “mostrar aos colegas que o Banrisul está sendo alvo de um processo de desmonte que inclui o seu apequenamento e a redução da sua importância como agente indutor de desenvolvimento e crescimento econômico”, conforme escreveu o sindicato.
O diretor do SindBancários, Mauro Salles, disse que a estratégia de Sartori e Temer é desmontar o Banrisul para entregar a banqueiros internacionais. “A venda de ações e o processo de sucateamento são a preparação para vender o Banrisul. A venda de ações vai dar assento a conselheiros do mercado. Eles querem abocanhar o banco público. Não é possível aceitar que uma direção que tem funcionários do quadro do Banrisul se submetam a isso. É uma vergonha. Não vamos deixar desmontar o Banrisul”, alertou Mauro.
Nesta segunda-feira (9), outra mobilização foi iniciada com um ato em frente à sede da Direção Geral do Banrisul. O ato virou uma caminhada que levou até a sede da Fetrafi-RS (Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), onde ocorreu o lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, lembrou o esforço do SindBancários e da Fetrafi-RS, desde que o governador José Ivo Sartori (PMDB) assumiu o governo do Estado em janeiro de 2015 e a importância da participação de todos. Gimenis recordou a grande mobilização na Assembleia Legislativa, em março passado, quando foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, “o que mostrou a Sartori que ele não teria maioria no plenário para votar a autorização da privatização do banco público. Denunciamos também que participar do Regime de Recuperação Fiscal do Temer era um golpe. O governo do Estado tem alternativas como atrair investimento e trabalhar mais”, disse Gimenis.