E diz que maluco é quem “congela preço. ”Barril foi a R$ 130. Bolsonaro diz que aumentos podem chegar a 50%. Em 2021 aumentos chegaram a 47%. Insistência do governo no atrelamento dos preços ao dólar e ao mercado internacional vai incendiar o país
A política desastrosa de preços da Petrobrás, que Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes insistem em manter, já causou muitos prejuízos ao povo brasileiro. O preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, atrelados ao dólar e ao mercado mundial, dispararam e não param de subir. Em 2021 a gasolina subiu 47%. Com os novos aumentos surgindo fortes no horizonte e mantidas as mesmas enrolações de Bolsonaro, cresce o desgaste político do governo.
Bolsonaro não alterou a política para os combustíveis porque ele prefere beneficiar os acionistas da Petrobrás, na maioria estrangeiros, e os importadores de combustíveis em detrimento dos consumidores. Os primeiros acabam de embolsar a quantia de R$ 101 bilhões em dividendos distribuídos pela Petrobrás e os importadores nunca ganharam tanto dinheiro com os preços extorsivos cobrados ao consumidor brasileiro.
Agora, com o embargo dos Estados Unidos e seus aliados ao petróleo russo, anunciado nesta terça-feira (8) por Joe Biden, o preço do barril de petróleo foi para R$ 130 nesta semana, quase o dobro do que era. Como sempre, Bolsonaro reclama que os preços vão aumentar, mas não faz nada. Chegou a admitir que os aumentos nas bombas poderão chegar a 50%. Diante disso, há um consenso geral de que a população não aceitará mais essa leva de altas nos combustíveis. Discussões sobre congelamento já tomam conta do país e do Legislativo.
A disparada dos preços dos combustíveis provocada pelo boicote dos EUA à importação do petróleo russo levou até o governo a começar a ver uma forma de diminuir o desgaste que isto provocará em Bolsonaro. O Planalto passou a discutir, inclusive com o Congresso, a possibilidade de um possível congelamento temporário do preço de combustíveis pela Petrobrás. A hipótese de uma simples discussão foi, de pronto, repudiada por quem manda no governo, o Ministério da Economia.
Apesar das encenações de Bolsonaro, Paulo Guedes, defensor dos interesses das petroleiras multinacionais, de seus agentes importadores e dos acionistas da Petrobrás, saiu em campo para dar um basta nas discussões e dizer o que vai prevalecer nisso tudo. Foi logo dizendo: “só maluco congela preço”. “Não tem congelamento de preços de combustíveis”, avisou. “Esquece esse troço”, disse o ministro da Economia de Bolsonaro. Como das outras vezes, Bolsonaro resmunga, reclama, mas só para fingir que está preocupado. A decisão que prevalece é sempre a mesma, ou seja, que se dane o povo.
BLOQUEIOS FOMENTAM A CRISE ECONÓMICA GLOBAL E CASTIGAM AS POPULAÇÕES
O bloqueio económico à Rússia provocou uma explosão de preços nos combustíveis sem jeito nem explicação, dado a Rússia, apesar da guerra, continuar a exportar a mesma quantidade de combustíveis, para a Europa e especialmente outros produtos para os USA.
Quem estará a fazer o negócio com a especulação nos mercados? Os Estados veem o assunto com binóculos à distância porque quanto mais cara a matéria prima é mais eles ganham, com o encarecimento através dos impostos!
A interrupção do abastecimento tanto estaria nas mãos da Rússia como está nas mãos do Ocidente. Se a Rússia parasse o abastecimento energético teríamos um desastre económico!
Quem paga a factura é o consumidor final (apenas como exemplo concreto, o ano passado paguei 840€ pelo petróleo de aquecimento de minha casa e agora que acabei de fazer encomenda da mesma quantidade pago 2.500€).
Nos mercados à vista (mercado internacional onde quantidades não ligadas por contrato de petróleo bruto ou gás natural são leiloadas e vendidas ao maior arremesso), o gaz natural já é comercializado a um preço dez vezes maior do que a média dos preços a longo prazo.
Uma boa parte dos grandes grupos económicos internacionais está interessada na proibição da importação de energia russa. Deste modo podem enriquecer mais facilmente com a especulação e falta de concorrência no mercado, o que provoca subidas mastodônticas irracionais. Só os grandes grupos estão empenhados em impedir a comercialização porque ganham com a opção pelo boicote, na política e nos meios de comunicação. A histeria em que a Europa se encontra conduz ao medo e o medo justifica tudo! Naturalmente também não é fácil criar condições que defendam os interesses da Ucrânia.
Por outro lado, com medidas draconianas solidificam-se as posições que impedem o estabelecimento de contratos razoáveis após a guerra! No meio da confusão só os especuladores ganham e o povo, seja ele da Ucrânia, da Rússia ou da Europa é que acarretará com os custos e com o consequente atraso de vida e da História. No fim terá perdido a Ucrânia, o povo europeu, o povo russo e ganhado a Rússia e os USA.
As nossas posições populares, por um lado ou pelo outro, aparentemente ao lado da paz pouco resolvem e fomentam a sustentabilidade da guerra e deste modo a paz é levada pelo vento!
Não há que compreender os guerreiros de um lado nem os do outro, há que cortar-lhes as asas desautorizando todas as lutas sejam elas em terra ou nos Media (Toda a guerra não serve o povo, serve apenas os poderosos: estes não morrem, quem morre são os filhos do povo como soldados!
Urge domar a vontade guerreira e optar-se por conversações e acordos em que cada parte perde algo mas em que o todo ganha!
Somente uma observação, leitor: independente da enxurrada de coisas que se possa dizer sobre o assunto, a questão continua a mesma, e se resume a se a Otan – ou seja, o decadente imperialismo norte-americano – conseguirá estabelecer um cerco à Rússia e à China, com todas as consequências econômicas e políticas advindas disso, ou não. Em outras palavras, se as nações do mundo, tendo à frente a China e a Rússia, irão resistir – e triunfar – ou não. Disso depende a história, no atual momento.