“Quem vai pagar?”, diz Bolsonaro sobre revisão da vida toda a aposentados

Em mais uma de suas verborréias no cercadinho do Palácio da Alvorada, onde fala para seus puxa-sacos e aproveita para fazer demagogia com o resto da população, Bolsonaro falou sobre a revisão da vida toda, julgada pelo STF em favor dos aposentados na última semana. “Querem quebrar o Brasil”, disse.

O direito à revisão da vida toda, concede aos aposentados o direito de pedir na Justiça a inclusão de todas as suas contribuições ao INSS para o cálculo do benefício.

“Quem vai pagar? Tem dinheiro para pagar?, eu não vou discutir esse assunto porque a dívida dá mais de R$ 300 bilhões. Precatório dava R$ 80 bilhões”, disse, como sempre, se negando a governar e colocando a culpa das insatisfações do povo em terceiros ou na falta de recursos.

Na verdade, ele é tão contrário ao benefício aos aposentados, que armou com o ministro Nunes Marques, seu indicado no Supremo Tribunal Federal (STF) onde a questão está em julgamento, para pedir destaque na votação, e assim barrar a decisão a favor dos aposentados, que já estava ganha por 6 a 5 após os votos dos 11 ministros.

Com a manobra do seu indicado, o julgamento será reiniciado no plenário físico. Além disso, o voto do relator Marco Aurélio Mello, a favor da revisão, de acordo com as regras do plenário virtual, não seria considerado.

O julgamento sobre a revisão da vida toda corrige uma distorção criada pela Reforma da Previdência de 1999, que retirou do cálculo as contribuições anteriores a 1994, quando foi criado o Real. Com essa distorção, as pessoas que tiveram suas maiores contribuições antes de 1994, ao se aposentarem depois disso, tiveram benefícios menores do que poderiam ter.