A Coreia Popular anunciou no sábado (12) que sua principal instalação de testes nucleares será lacrada entre 23 e 25 de maio e que jornalistas do mundo inteiro estão convidados para presenciar a cerimônia, registrou a agência estatal de notícias KCNA. A data exata dependerá das condições meteorológicas.
A presença dos jornalistas estrangeiros possibilitará, segundo nota da chancelaria norte-coreana, “assegurar a transparência da descontinuação dos testes nucleares”. A decisão de fechar a instalação foi tomada pelo pleno do Comitê Central do Partido do Trabalho. O encerramento do sítio de testes é mais um ato de boa vontade de Pyongyang e antecede a aguardada cúpula com o presidente norte-americano Donald Trump, que irá ocorrer no dia 12 de junho em Cingapura.
Correspondentes dos EUA, Grã Bretanha, Rússia, China e Coreia do Sul serão levados em vôo charter especial desde Pequim até a cidade de Wonsan, de onde um trem especial os conduzirá ao remoto sítio de testes em uma área de montanha perto da fronteira norte, assinalou a KCNA. Um centro de imprensa permitirá que transmitam o desmantelamento da instalação direto do local.
Como destacou a chancelaria coreana, o desmantelamento será feito na seguinte sequência: “explosão e colapso de todos os túneis de teste; completo bloqueio das entradas; remoção de todas as facilidades de observação, institutos de pesquisa e estrutura de guarda do local. Em paralelo, pesquisadores e guardas serão retirados e o entorno será completamente fechado”.
Nesta semana, três norte-americanos que haviam sido julgados e condenados no Norte foram indultados e voltaram com o Secretário de Estado, Mike Pompeo, que foi a Pyongyang para acertar mais detalhes da cúpula e para o ato de soltura. Eles já se encontram nos EUA.
No final de abril, os líderes do norte, Kim Jong Un, e do sul, Moon Jae-in, realizaram um encontro histórico em Panmunjon, marcado pela cordialidade e reconciliação, em que prometeram avançar para a assinatura de um tratado de paz, a superação “entre nós coreanos” da divisão imposta à milenar nação, e a desnuclearização da península coreana.
Em fevereiro, as duas partes da Coreia marcharam com uma só delegação na abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno realizados no sul. A Coreia Popular foi forçada a criar uma força de dissuasão nuclear após o governo de W. Bush, que invadira à margem da ONU o Iraque e o Afeganistão, ameaçá-la de “ataque preventivo” nuclear.